Mas produção acumulada do ano ainda sente os efeitos da greve dos caminheiros e tem recuo em relação ano anterior
O índice de produção de químicos de uso industrial no terceiro trimestre do ano cresceu 8,44% e o de vendas internas 13,89% em comparação com o segundo trimestre, cujos resultados foram impactados pela greve dos caminhoneiros. Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, os índices do período julho-setembro de 2018 também foram positivos: a produção cresceu 1,45%, o que o torna o melhor terceiro trimestre dos últimos 12 anos, e as vendas internas foram 1,9% superiores.
O consumo aparente nacional (CAN), que mede a produção mais a importação menos a exportação, também apresentou melhora no terceiro trimestre, com resultado 15,8% superior ao registrado no trimestre anterior e 4,9% maior do que o CAN de igual período do ano passado.
No acumulado de janeiro a setembro de 2018, o segmento de produtos químicos de uso industrial apresenta crescimento de 1,84% no volume de vendas internas sobre igual período do ano anterior. Já o índice de produção apresenta recuo de 2,62% nos últimos nove meses, em relação aos mesmos meses de 2017. A taxa de utilização da capacidade instalada ficou em 77%, de janeiro a setembro, um ponto abaixo da registrada em igual período do ano passado.
O desempenho do setor no terceiro trimestre foi positivo apesar da queda no índice de produção de 5,92% e de 7,82% no índice de vendas internas, em setembro, em relação ao mês anterior. A diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, explica que a menor atividade, no último mês de análise, foi causada por paradas pontuais para manutenção, com impacto nos volumes de produção, pela demanda desaquecida em relação aos dois meses anteriores e em menor proporção pelo número reduzido de dias úteis do mês, em relação a agosto. Também tem trazido instabilidade ao mercado a questão da volatilidade cambial, tanto na compra de insumos importados quanto na exportação de produtos acabados.
“Tradicionalmente, no segmento de produtos químicos de uso industrial, os meses de julho a outubro são os melhores do ano, em razão das encomendas de Natal, festas e descartáveis para o período de verão, o que gerou uma recuperação no acumulado do ano. No entanto, continua a preocupação com o volume das importações dos produtos amostrados pela Abiquim, que no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre, cresceu 41%, quase cinco vezes mais que a produção local, e 6,3% se a comparação for com igual período do ano passado”, explica Fátima.
Para a diretora da Abiquim, a atividade econômica apresenta resultados aquém do que se esperava e as principais cadeias demandantes de produtos químicos não tem tido uma boa performance, apesar da melhora dos últimos meses. “Adicionalmente os segmentos mais expostos ao mercado internacional e que trabalham com produtos que podem ser facilmente transacionados com o mercado externo, como o químico, não tem conseguido competir, pois o elevado custo Brasil, atrelado aos altos custos com aquisição de matérias-primas e energia, e também a deficiência logística, impõem um custo ao produtor local que, muitas vezes, nem mesmo a depreciação do Real compensa”, conclui.
Abiquim – Associação Brasileira da Indústria Química (www.abiquim.org.br) é uma entidade sem fins lucrativos fundada em 16 de junho de 1964, que congrega indústrias químicas de grande, médio e pequeno portes, bem como prestadores de serviços ao setor químico nas áreas de logística, transporte, gerenciamento de resíduos e atendimento a emergências. A associação realiza o acompanhamento estatístico do setor, promove estudos específicos sobre as atividades e produtos da indústria química, acompanha as mudanças na legislação e assessora as empresas associadas em assuntos econômicos, técnicos e de comércio exterior. A entidade ainda representa o setor nas negociações de acordos internacionais relacionados a produtos químicos.
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