Quedas mais intensas foram registradas no Amazonas, São Paulo, Bahia e Paraná. Ceará e Pará apresentaram os maiores avanços no mês.
A produção industrial brasileira em setembro caiu em 7 dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na comparação com agosto. É o que aponta o levantamento divulgado pelo instituto nesta sexta-feira (9).
De acordo com a pesquisa, as quedas mais intensas foram registradas no Amazonas, São Paulo, Bahia e Paraná. Já o Ceará e o Pará apresentaram os maiores avanços no mês.
Na média do país, a produção da indústria teve queda de 1,8% em setembro frente ao mês anterior, conforme anteriormente divulgado pelo IBGE. Foi a terceira queda seguida e o pior resultado para setembro desde 2015. No acumulado no ano e em 12 meses, no entanto, a produção continua registrando alta, de 1,9% e de 2,7% respectivamente.
“Olhando essa taxa anualizada, temos uma visão de longo prazo. O comportamento regional é o mesmo da indústria nacional, no sentido de perda de ritmo de produção. Quando esse cenário de incertezas se dissipar, aí vamos confirmar esse comportamento de longo prazo. Por enquanto é apenas um alerta”, apontou o analista do IBGE, Bernardo Almeida.
Segundo ele, o contexto econômico e político do país tem relação direta com a retração da indústria, porque traz “incertezas aos produtores e aos consumidores, causando retração nas tomadas de decisão, o que provocou essa desaceleração”.
SP puxa queda novamente
Assim como ocorrido em agosto, São Paulo voltou a puxar a queda da indústria nacional. O estado registrou recuo de 3,9% de sua produção em setembro, exercendo o maior impacto na queda de 1,8% da produção nacional, segundo destacou o IBGE.
Foi o terceiro mês seguido de resultado negativo para o país e para São Paulo, que acumulou baixa de 1% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2017.
De acordo com o analista do IBGE, Bernardo Almeida, o desempenho paulista foi prejudicado, em grande medida, pela redução na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias. Ele enfatizou que o estado concentra 34% da indústria do país, daí o impacto negativo de seu desempenho sobre a produção nacional.
A queda de 14,8% no Amazonas, segundo o analista Bernardo Almeida, foi puxada pelo setor de bebidas, que tem grande peso na região. Apesar da magnitude da queda, o impacto na produção nacional é pequeno, uma vez que o estado representa apenas 3% da indústria brasileira.
Recuperação lenta
Com o desemprego elevado e baixo nível de investimento e consumo, o Brasil vem mostrando dificuldades em engrenar um ritmo forte de crescimento.
No segundo trimestre, a indústria registrou contração de 0,6%, contribuindo para que o Produto Interno Bruto (PIB) do país registrasse crescimento de apenas 0,2% sobre os três meses anteriores.
Segundo a última pesquisa Focus do Banco Central, a expectativa do mercado é que a economia cresça 1,36% em 2018, menos da metade do que era esperado do começo do ano.
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