Por Alex Vieira, Vice-Presidente da Squadra Tecnologia
O avanço da chamada Era Digital tem feito com que empresas de todos os portes e segmentos precisem lidar com uma constante busca por inovação, em busca de melhores resultados e maior competitividade. No caso do setor Público, as oportunidades são semelhantes. Estima-se que a aplicação efetiva de novas tecnologias renderia ao Governo Federal uma economia de 97% no total dos gastos com atendimento e serviços públicos, podendo ajudar na expansão do PIB brasileiro em pelo menos 5,7%. Por outro lado, o fato é que colocar esse cenário em prática está longe de ter os mesmos desafios de se aplicar a transformação digital em uma companhia privada.
Afinal de contas, é preciso ter a percepção que as mudanças no Governo envolvem uma estrutura enorme e complexa, recheada de departamentos que até hoje usam processos e sistemas arcaicos e totalmente incompatíveis com algumas tecnologias já comuns no mercado corporativo global.
Por isso, apesar dos avanços das atividades públicas ao longo dos últimos anos, a verdade é que há muito a ser percorrido do ponto de vista de tecnologia para o ajuste completo e adequado das ofertas públicas. De acordo com o Censo de Serviços Públicos da Administração Pública Federal, apenas 38% dos mais de 1,7 mil serviços públicos federais eram digitais em 2017. Apesar das ofertas disponíveis no mercado, existe uma carência de sistemas avançados no governo, faltando soluções que ajudem a gestão pública a ter mais eficiência e menores custos.
Para acelerar a implementação dessas mudanças, o Governo Federal vem lançando iniciativas para modernizar estruturas e processos dentro da iniciativa pública, como por exemplo, a Estratégia Brasileira para a Transformação Digital (E-Digital). Investir em inovação e recursos alinhados com as demandas globais é imprescindível para diminuir a diferença entre o nível de tecnologia adotado nas empresas privadas, se compararmos com a estrutura dos órgãos governamentais.
Vale salientar, no entanto, que a digitalização dos processos é apenas uma das tarefas a serem cumpridas. É necessário também trabalhar a modernização dos serviços oferecidos, com opções alinhadas à atual dinâmica de evolução da sociedade, com maior disponibilidade, integridade e eficiência. A adoção de tecnologias apropriadas e o desenvolvimento de um novo e moderno conjunto de serviços certamente ajudarão na melhora do fluxo de informações entre as administrações federal, estaduais e municipais, e no combate à burocracia, pontos essenciais para gerar ganhos à economia, saúde, educação e segurança de todo o País.
O caminho para a melhoria real dos serviços públicos passa pela adoção de modernos sistemas, pela contratação de consultorias especializadas e pelo planejamento de um ambiente de colaboração abrangente que envolva o Governo e a sociedade privada como um todo. Afinal, com o apoio de especialistas e companhias preparadas para o desenvolvimento de inovações técnicas, os administradores públicos terão condições de entender melhor as possibilidades disponíveis no mercado e, assim, agilizar a modernização dos órgãos governamentais.
Ao se aproximar da iniciativa privada, o setor público poderá reduzir o tempo necessário para a criação, instalação e aprimoramento de soluções específicas para seus serviços. Muitas ferramentas e sistemas já estão disponíveis no ambiente privado e podem ser usadas como base para as ofertas do Governo. Estamos falando de soluções de Cloud Computing, Inteligência Artificial, Big Data, Machine Learning e Mobile, entre outros, que certamente agregariam valor à rotina interna das administrações públicas e ao atendimento dos cidadãos.
A colaboração entre empresas e administradores públicos pode representar ganhos de performance, promovendo a transformação digital e a implementação das iniciativas de transformação. Assim, o Governo terá a possibilidade de otimizar a curva de aprendizagem necessária para o desenvolvimento e a aplicação de projetos complexos de infraestrutura e segurança, garantindo qualidade em suas aplicações.
Outro ponto essencial é a própria participação da população neste processo de evolução. Garantir a presença dos cidadãos (clientes finais do governo, em resumo) potencializará a aplicação assertiva dos recursos de tecnologia e, ao mesmo tempo, maximizará a economia gerada pela virtualização dos serviços. Hoje, 63,3 milhões de brasileiros acima de 10 anos de idade não têm acesso regular à Internet e precisam de atendimento presencial para a resolução de qualquer tipo de demanda ligada ao Governo. Investir em propostas para cortar esse número, portanto, é uma solução para tornar os serviços digitais mais eficientes, atraentes e econômicos para o setor Público.
Por meio de parcerias público-privadas e da aproximação com as pessoas, o Governo tem a chance de avançar na Transformação Digital, fundamental para que o Brasil desenvolva seus serviços públicos e consiga entregar melhores condições à população, dentro de um contexto global que exige mais rapidez e inteligência. O desafio é investir em tecnologia e, ao mesmo tempo, em uma nova cultura voltada à digitalização dos serviços.
De forma prática e objetiva, a tecnologia ajudará as instituições do Governo brasileiro a terem mais eficiência e a enxugar seus custos de operação – dois componentes vitais para o sucesso de gestão pública. Há, hoje, uma série de opções à disposição que podem agregar em segurança e desempenho às mais diversas áreas do Governo. Resta saber, porém, como as políticas em torno desse tema permitirão que a real Transformação Digital aconteça.
Assessoria de Imprensa
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