Carlos Rodolfo Schneider, empresário e coordenador do Movimento Brasil Eficiente
A consultoria britânica Oxford Economics elaborou um ranking dos países emergentes que deverão apresentar os maiores crescimentos entre 2019 e 2028. Índia, Filipinas, Indonésia e China lideram a lista, com taxas acima de 5%. O Brasil, com expansão média estimada de 2%, não está entre os dez primeiros. A principal razão apontada para manter a onda asiática é o ganho de produtividade.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que, de 2006 a 2016, o Brasil teve o menor crescimento de produtividade quando comparado aos seus dez principais parceiros comerciais. A baixa produtividade compromete a competitividade. O último Relatório Global de Competitividade do Fórum Econômico Mundial classifica-nos no 72º lugar entre 140 países, com perda de mais três posições. Temos a maior burocracia de toda a relação, e somos um dos países menos preparados para enfrentar a revolução tecnológica.
O Brasil vem se esforçando nos últimos anos para chegar em 2038 entre os 20 primeiros países desse ranking do Fórum Econômico. Iniciativas como a criação do Programa de Parcerias de investimentos (PPI) e a reestruturação da Empresa de Planejamento e Logística desejam aumentar os investimentos no país, sem o que não existe aumento de produtividade e competitividade. Só que o atraso é grande. Nos últimos dez anos, não se têm investido mais de 2% do PIB em infraestrutura. O estoque de capital de infraestrutura não passa de 35% do PIB, quando deveria ser o dobro. Temos que investir perto de 5% a.a. para atingirmos a meta. Para isso, devemos reduzir a rigidez do orçamento público e recuperar o equilíbrio fiscal, o que passa por reformas, especialmente a da Previdência, e por aumento da eficiência do gasto público.
Acima de tudo, Brasília precisa estabelecer um pacto pelo Brasil, colocando os interesses do país acima dos de partidos ou corporações, se quisermos ter alguma esperança de que a onda asiática nos dê uma carona.
Assessoria de Imprensa
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