“Nada existe de permanente a não ser a mudança.”
Heráclito
Quem nunca sentiu vontade de mudar de trabalho por causa de uma rotina pesada? Ou então, por causa daqueles processos burocráticos e cheios de etapas enroladas, que tornam o trabalho estafante? Quem nunca pensou em trocar de emprego por falta da daquela empolgação do início ou pela ausência de um projeto novo? E ainda: quem nunca pensou que, se as coisas fossem diferentes, não sentiria esta necessidade de mudar de empresa?
Luciano Salamacha, do MBA da ESIC Internacional e da FGV Management, especialista em gestão de empresas e carreiras, já acompanhou de perto, muitas vezes, o estrago que uma rotina de trabalho desestimulante faz no processo criativo e na produtividade de uma equipe. Salamacha conta que alguns gestores, às vezes, querem muito melhorar o ambiente de trabalho. Mas esquecem da pergunta crucial: “melhorar para quem?”
Alguns profissionais tentam forçar uma mudança. Não porque será bom para todos, mas porque será bom para ele. É nessa hora que esse profissional quer que todos ajam da mesma maneira, gostem e desejem as mesmas coisas.
“Se for assim, começou tudo errado!” Salamacha explica que o ambiente de trabalho ideal é aquele em que os profissionais têm a chance de explorar o máximo de seu potencial para atingir os melhores resultados. “O bom gestor tem que ter isso em mente todos os dias e trabalhar duro para criar estas condições.”
O professor apresenta uma lista de ações básicas para os líderes que queiram iniciar qualquer processo de mudança:
*A mudança não pode ser apenas física. Mudar o ambiente é bom, mas precisa ter um porquê para alterar o layout e isso precisa ficar claro para todos.
*A transformação tem que vir primeiro de quem propôs a mudança. Comunicar claramente o que vai mudar é uma espécie de compromisso público com os novos hábitos. E ao assumir este compromisso outros olhos estarão vigiando esta mudança pessoal.
*Se estiver com dificuldades, peça ajuda. A transformação pessoal é uma libertação dos velhos hábitos, mas não é fácil. Precisa de vigilância e disciplina.
- A transformação deve eliminar frases negativas, a mania de reclamação, a falta de empolgação e, sobretudo, as velhas desculpas(que você sabe quais são) para deixar as coisas como estão. A manutenção destes hábitos é a sentença de morte para qualquer projeto de mudança.
- Envolva um pequeno grupo, criando um núcleo homogêneo da mudança com pessoas influentes do time. Este grupo engajado irá contagiar os outros e, logo, todos do setor ou da empresa estarão envolvidos num movimento de onda. Quando perceber a mudança estará no propósito de cada um.
- Nem sempre o apelo racional garante que as mudanças irão ocorrer. Para envolver as pessoas nesta transformação, na maior parte das vezes, é preciso um estímulo emocional. Mas cuidado, há estímulos emocionais negativos ou positivos. O negativo pode até funcionar, mas não é recomendável porque causa danos que podem levar ao efeito contrário do que se deseja. O medo é um destes estímulos emocionais que devemos evitar: “Sem essa mudança, nós vamos ser engolidos pela concorrência e em menos de três anos estaremos falidos!” O medo no ser humano causa três reações clássicas: lutar, fugir ou paralisar. São duas chances de dar errado para cada chance de dar certo.
O melhor é mesmo usar um estímulo positivo, mostrando que se houver a transformação haverá uma compensação, caso a equipe se engaje na mudança. O cérebro pode utilizar o sistema de recompensa, quando ele baixa o medo e eleva a aderência. “Essa transformação pode nos colocar entre as três maiores/melhores/mais criativas do setor e esse reconhecimento coloca todos que estão neste time na elite profissional do nosso setor! Haverá sim compensação financeira, mas imaginem as possibilidades que se abrem a cada profissional que fizer parte disso.”
Avalie qual é a melhor opção a equipe!
*Pense nas pessoas que podem estar sendo tóxicas para o seu time. Elas são as mais resistentes às mudanças.
Será que você, como líder, não está sendo tóxico para o seu time?
Pessoas tóxicas são aquelas que vivem reclamando, que fazem da vida um “muro das lamentações”. Elas tiram energia preciosa da equipe e minam a alegria das pessoas, são profissionais que contaminam o ambiente com seus argumentos negativos.
Pense: as qualidades desse profissional são maiores do que este comportamento danoso? Vale a pena ter na equipe alguém tão resistente à mudança que atrapalhará o processo?
Em muitos casos, vale a pena dar um feedback pra essa pessoa, pois ela está sofrendo com isso também. Esse veneno também está matando o profissional que o espalha. Então, a primeira atitude de mudança, neste caso, é fazer um forte trabalho de convencimento para transformar este profissional resistente demais num aliado.
“A missão do gestor é transformar pessoas contagiosas em contagiantes e contagiantes em excelentes! E os excelentes farão as novas histórias de sucesso, dessas que você costuma ver por aí.”
Salamacha pontua que este trabalho de transformação deve estar no DNA de quem lidera e deve ser feito hoje, amanhã e todos os dias.
Ele cita ainda uma frase do biólogo e naturalista, Charles Darvin “Não é o mais forte da espécie que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que se adapta melhor às mudanças”. Salamacha diz que essa análise da natureza por Darwin, cabe exatamente para os profissionais de hoje, que enfrentam mudanças jamais vistas e em setores que eram absolutamente sólidos. E aos setores que ainda não mudaram, só há uma certeza: elas virão. Então, comece em você as mudanças e sobreviva!
Luciano Salamacha
Luciano Salamacha é doutor em Administração e mestre em Engenharia de Produção. Preside e integra conselhos de administração de empresas brasileiras e multinacionais, Atua como consultor e palestrante internacional. É professor da Fundação Getúlio Vargas em programas de pós-graduação. Recebeu da FGV o prêmio de melhor professor em Estratégia de Empresas nos MBA’s, por sete anos seguidos. É um dos raros professores que fazem parte do “Quadro de Honra de Docentes”, da FGV Management. Também é professor de mestrado e doutorado no Brasil, na Argentina e nos EUA. Salamacha é coordenador de MBA de neurociências na ESIC Internacional, uma das mais importantes escolas de negócios da Europa. Luciano Salamacha é autor de livros e artigos científicos publicados no Brasil e no exterior. Foi pioneiro na América Latina em pesquisas sobre neuroestratégia e neurociência aplicada ao mundo empresarial.
Assessoria de Imprensa
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Fonte: cargonews.com.br