A rastreabilidade permite acompanhar a movimentação do animal na propriedade, obter dados sobre a origem e genética, garantindo ainda mais segurança aos pecuaristas e consumidores
O ano de 2020 trouxe muitas incertezas para todos os mercados e não foi diferente para a pecuária brasileira. O setor, que vive um momento intenso e presencia o aquecimento nos números desde dezembro do ano passado, com um cenário firme de preços e comercialização do boi vivo, ainda precisa manter atenção às práticas que envolvem o seu desenvolvimento, como a rastreabilidade bovina para a gestão da propriedade rural.
O tema foi abordado durante videoconferência realizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), na quinta-feira, 13 de agosto, pelo YouTube. O encontro on-line contou com a participação do presidente da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da CNA, Antônio Pitangui de Salvo; do diretor comercial da Allflex, Ivo Martins; do CEO da Gestão Agropecuária, Paulo Dias; além do CEO da Fazenda Santa Fé, no estado de Goiás, Pedro Merola.
Para Pitangui, o setor está fortemente sustentado no tripé da genética, fertilidade e gestão, e a rastreabilidade é um tema que pode evidenciar qual o real desempenho dos animais.
“Precisamos, mais do que nunca, de ferramentas para identificar a nossa performance dentro da propriedade. É preciso estar ligado a esse novo momento que a pecuária de precisão nos apresenta, cheio de ferramentas modernas que proporcionam uma gestão competente e capazes de mensurar e marcar o rumo que a fazenda e o rebanho devem trilhar”.
Como a identificação individual pode melhorar a gestão
Para o diretor comercial da Allflex, Ivo Martins, a principal vantagem da gestão e individualização é o controle, já que um animal individualizado se torna uma unidade produtiva, com avaliações zootécnicas constantes, comparativos, intervenções específicas, acompanhamento de ganho médio ou prejuízo. São informações assertivas que auxiliam no processo produtivo.
“Quando se associa a coleta de dados com a ferramenta de gestão, o campo de assertividade se amplia, e cria-se a conexão com o bem-estar animal, gestão, manejo do rebanho, retenção de trabalho e mão de obra. Segurança do alimento é outro ponto importante, pois com base nas informações contidas no programa de identificação é possível realizar a manutenção de crise, em casos de surtos de doenças, resíduos de medicamentos, entre outros”, esclarece Martins.
Todas as informações coletadas com a identificação individual resultam na rastreabilidade, que é usada como controle de manejo dentro da porteira, assim como defesa sanitária em nível nacional. É uma ferramenta robusta, principalmente em um momento em que o Brasil se posiciona em vários estados como livre de Febre Aftosa e retira a vacinação obrigatória.
Tanto o governo quanto os pecuaristas devem oferecer mais segurança e garantias adicionais. “A identificação individual proporciona isso de uma maneira segura e fortalece as negociações comerciais com certificações para mercados específicos”, explana o diretor da Allflex. Ele também acrescenta que é fundamental, para tudo isso funcionar, contar com pessoas comprometidas e capacitadas para colocar os identificadores de maneira correta e tratar os dados de forma assertiva, assim como interpretá-los.
“Um fator que precisa efetivamente evoluir para transformar as fazendas em indústrias, atrelando boas práticas e lucros, é a gestão”, afirma o CEO da Gestão Agropecuária, Paulo Dias. Para ele, a identificação individual é um princípio básico na gestão da pecuária, não sendo possível fazer gestão sem identificar cada animal como um indivíduo, já que hoje a tendência é de maximizar os melhores animais e minimizar os piores. “Só com a identificação individual é possível ter uma rentabilidade maior e real dentro da propriedade”, reforça Dias.
Com o atual cenário da pecuária, em 2020, foi possível ver na prática a importância de saber quais animais dão lucro ou prejuízo, pois este sempre foi um setor estável, apresentando poucas variáveis ajustáveis e suficientes para proporcionar a rentabilidade. “A partir de agora, passamos a presenciar todas as variáveis sendo alteradas de uma única vez, mas o boi permanece o mesmo, sendo trabalhado no melhoramento genético, na área zootécnica e com a qualidade brasileira. Com essa realidade, o mindset da pecuária nacional comprovou que precisa da gestão para não se perder nas constantes alterações do mercado”, detalha o especialista da Gestão Agropecuária.
Por isso, saber qual a estratégia da fazenda alinhada ao seu processo de produção, bem como as táticas econômicas e financeiras é essencial. “A excelência da pecuária só vai ser conquistada a partir do controle da gestão”, salienta Dias.
Na prática, a rastreabilidade individual e a atividade pecuária
A experiência do uso da rastreabilidade individual na pecuária foi compartilhada pelo CEO da Fazenda Santa Fé, no estado de Goiás, Pedro Merola. A propriedade atua na criação de bovinos desde 1984 e a partir de 1999 começou a ter rastreabilidade no rebanho.
“Iniciamos a identificação do gado, pois, na época, não conseguíamos mensurar de fato o desempenho individual dos animais e real da fazenda. Somente com a rastreabilidade atingimos o controle ideal do desempenho do rebanho”, relembra Merola.
Para o pecuarista, a investigação animal é uma ferramenta fundamental para gerir a propriedade. A mensuração promove um manejo eficiente, assim como ajuda na rotina da equipe, que se torna mais satisfeita na execução do trabalho. Isso proporciona tomadas de decisão mais efetivas e uma gestão mais eficaz.
O conteúdo completo pode ser acessado em: https://www.youtube.com/watch?time_continue=1055&v=LFbonJmt_Fo&feature=emb_logo
Assessoria de Imprensa
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