Por Gustavo Loch*
Quando tivemos o início do isolamento social em março, também observamos uma corrida às gondolas de supermercados. A justificativa para isso era o medo do desabastecimento. Desde então, mais de seis meses se passaram e, excluindo exceções pontuais, o temido desabastecimento não ocorreu. O significado da expressão “novo normal” não seria o mesmo se tivéssemos problemas maiores de falta de produtos básicos.
Para garantir a oferta contínua de bens e serviços, as mais diversas classes de trabalho tiveram suas contribuições, mas uma, em especial, que merece destaque é a de caminhoneiros.
Esses profissionais, que enfrentam as maiores dificuldades nas estradas, são responsáveis pela maior parte do transporte de bens pelo Brasil e sem os serviços prestados por eles os insumos de produção não chegam às fábricas e os produtos finais não chegam ao consumidor final. Vale observar ainda que, para além de todas as dificuldades conhecidas, ao continuarem suas atividades, os caminhoneiros se expuseram também aos riscos da COVID-19.
É importante não esquecer que se os insumos continuam chegando às indústrias e produtos às casas da população muito se deve aos caminhoneiros – uma classe que segue desempenhando suas atividades mesmo com diversas adversidades. Por isso, precisamos valorizá-los pelo trabalho realizado por eles antes da pandemia, durante ela, e que continuará quando tudo isso passar.
Se em alguns casos fica a sensação de que a presença dos caminhões nas ruas causa problemas ao trânsito, é preciso sempre lembrar que é justamente essa presença e o trabalho dos caminhoneiros que garantem a chegada dos produtos para seu consumo. Além disso, é importante entender a estrutura necessária e merecida para o exercício dessa profissão. Locais de descanso e apoio para um bom banho depois de um dia inteiro atrás do volante do caminhão, além de bons restaurantes, fazem muita diferença para que esses profissionais possam descansar e, assim, conseguirem realizar um bom trabalho. Para além disso, é importante que eles tenham facilidades na aquisição de fretes e recebimento do pagamento.
Com a tecnologia, é possível aumentar a agilidade para a contratação de seus serviços e também nas operações de carga e descarga, assim como é possível construir uma rede de cadeia de suprimentos inteligente. Tudo isso representa uma melhoria real nas vidas desses profissionais, que são responsáveis diretos por garantir a chegada até nós de alimentos e outros produtos.
*Gustavo Loch é professor da Universidade Federal do Paraná e apoia a equipe de desenvolvimento de soluções logísticas da Nimbi, empresa de tecnologia especializada em supply chain management, com soluções que aumentam a produtividade e geram economia para as organizações.
Assessoria de Imprensa
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Fonte: cargonews.com.br