Por Ricardo Ramos*
Nos dias de hoje, a velocidade de entrega é um diferencial competitivo para o varejo. Observe que envios rápidos são capazes de convencer o consumidor a comprar e, não raramente, ele chega a pagar um pouco mais caro para receber a mercadoria o quanto antes. Sendo assim, podemos concluir que a velocidade de entrega é um benefício percebido pelos clientes e, por causa disso, deve ser explorada ao máximo para maximizar os resultados.
Diferencial competitivo
Uma vez que a agilidade para receber produtos em casa é um diferencial competitivo e convence o consumidor, temos como consequência o fato de que ela acaba convencendo também os investidores. Não sem razão, grandes players do comércio eletrônico têm investido muito em logística, firmando parcerias com logtechs, que oferecem soluções extremamente ágeis.
Sempre que uma das empresas de e-commerce, de capital aberto, anuncia novidades, como uma nova e mais ágil modalidade de entrega, o resultado é que suas ações sobem no mercado. Elas ganham força porque mostram que estão mais preparadas para atender o consumidor da forma que ele valoriza.
Além do prazo, há a conveniência da entrega. E-commerces têm expandido parceria com lojas que se comportam como extensões dos Correios. O cliente pode retirar a mercadoria comprada em uma padaria ou em uma loja de materiais de construção perto de casa.
Melhor ainda, havendo necessidade de devolução, basta levar o produto em uma dessas unidades parceiras. É o que se chama de logística reversa. Antigamente, era comum o consumidor fazer esse trâmite em unidades dos Correios. Agora, isso é desnecessário. Essa malha construída com parceiros gera uma conveniência muito grande para o consumidor. Trata-se de uma estratégia interessante para o varejo observar e absorver, um diferencial competitivo que cria vínculo com o cliente.
Desafios
Toda solução, no entanto, gera desafios. E quais são os obstáculos da implementação da entrega rápida e de serviços que facilitam caminhos para os consumidores?
Precificação do carrinho
O primeiro é como o varejista precifica não só o produto, mas também o carrinho, porque, no final das contas, o cliente não paga só pelo produto, paga pela entrega. Então, existe uma composição formada pelo preço do produto mais o valor da entrega. Isso é o carrinho.
Como é que o lojista equilibra o preço do produto e da entrega em uma determinada região? É necessário também observar o envio na hora certa em que a loja precisa ser competitiva em um determinado local.
Índice de competitividade
Derivado do ponto acima, surge o segundo desafio: como se cria um índice de competitividade? Usualmente, costuma-se dividir o seu preço pelo preço médio da concorrência para saber se o seu índice é maior do que 1 (mais caro) ou menor do que 1 (mais barato).
Saber se está mais caro ou mais barato, ou quanto mais caro e quanto mais barato. Isso é bem comum em pricing. Porém, aqui estamos falando do índice de competitividade do preço do carrinho. Porque seu varejo pode ser mais barato no produto, porém, muito mais caro no carrinho, pois o frete e a logística não são os ideais.
Então, chegar a esse índice é muito difícil pelo fato de que o volume de dados empregados em uma análise dessas é gigantesco. Tem o desafio de conseguir montar o índice de competitividade por região geográfica (Sul, Sudeste, Norte, Nordeste e Centro-oeste). Por estado, município, capital ou interior.
Ter informação sobre competitividade de frete ajuda a formar o índice de competitividade no preço do carrinho. Mas como se vê, esse é um dos desafios da área de pricing que pode ser maior conforme a modalidade e os prazos de entrega, que também são específicos conforme a data e o momento do dia.
O monitoramento do frete
A pergunta é: como enfrentar tantas dificuldades? A única forma realmente eficiente de monitorar o frete e, assim, precificar adequadamente o valor do carrinho, considerando as mais diversas variáveis, é com o apoio de soluções que se baseiam em inteligência. Elas ajudam o e-commerce a enfrentar os desafios na precificação. E como isso é feito? Tais soluções entregam escala nas informações de competitividade do mercado, fazendo monitoramento dos produtos e fretes nas regiões de entrega, capturando preços, prazos e modalidades. E tudo em uma velocidade muito rápida.
Soluções inteligentes de pricing conseguem tornar não só o preço do produto dinâmico como também levam em conta o preço do carrinho. Ou seja, monitora o valor do produto, do frete, dos competidores, e só depois disso determina a precificação.
Em resumo, a entrega rápida é uma importante estratégia, pois atualmente tem grande poder de influência na decisão do cliente. Porém, por se tratar de um fator extremamente dinâmico em um mercado altamente concorrido, a única forma de oferecer esse benefício com eficiência e competitividade é com o apoio da tecnologia. A inteligência de dados aplicada à estratégia faz a total diferença na hora do resultado.
*Ricardo Ramos é CEO e Fundador da Precifica, uma das maiores empresas brasileiras especializadas em soluções de pricing
Assessoria de Imprensa
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Fonte: cargonews.com.br