Com o isolamento social imposto pela inusitada pandemia do Novo Coronavirus, não somente as pessoas, mas, numa escala talvez maior, alguns segmentos do comercio, indústria e serviços, sofreram lesões com consequências de diagnósticos suaves, moderados, críticos, UTI e até a morte. No caso dos transportadores rodoviários de cargas alfandegadas, as empresas que sofreram muito pouco nesta crise foram as que optaram por se especializar no atendimento a mercados específicos e vitais que quase não sofreram abalos tão pronunciados tais como a indústria de medicamentos, insumos, correlatos e saneantes, produtos químicos, indústria alimentícia, gêneros de primeira necessidade, importação e exportação.
Essas empresas observaram uma variação muito modesta em seus níveis de faturamento como efeitos diretos da crise e foram muito ágeis em adotar o modelo de trabalho à distância e simplificar rotinas de trabalho para garantir a qualidade das suas operações. Também a otimização do uso das frotas lhes garantiu a sustentabilidade com um melhor aproveitamento dos recursos logísticos e no atendimento das necessidades com ganhos importantes na eficiência e satisfação de seus clientes aprofundando as estacas nos segmentos em que atuam.
Uma realidade não tão positiva foi a dos transportadores de produtos e insumos focados ao abastecimento dos segmentos mais duramente afetados e relacionados ao comercio varejista, lazer, turismo, educação, indústrias automotiva e aérea, e de bens de capital. O atendimento a esses segmentos é feito por prestadores de serviços de transportes de todos os portes e capacidades e capacitações que, em muitos casos, haviam feito incrementos em suas frotas produzindo o endividamento com leasings em cima de seus projetos comerciais que foram interrompidos, sendo que a redução ou repasse dos veículos de frota ociosos não pôde ser uma das costumeiras opções para a readequação ao mercado ou até mesmo sobrevivência.
Certamente algumas empresas terão que se reinventar afastando-se das intempéries inusitadas como a que vivemos e estamos sujeitos a reenfrentar no futuro.
Hugo Descalzo é Consultor de Contas na P. R. A. Transportes tendo atuado no mesmo cargo na Rodovisa Transportes e Rodoviario Nova Era e também na área de siderurgia como Trader responsável pelo mercado latino-americano Eletrometal Metais Especiais.
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Fonte: cargonews.com.br