Com o tema: “Mercado Global de Carbono – Descarbonização e Desenvolvimento Verde”, o congresso aconteceu entre os dias 18 e 20 de maio no Rio de Janeiro. Realizado pelo Banco do Brasil, Petrobras e apoio do Ministério do Meio Ambiente, promoveu debates e apresentação de cases para impulsionar negócios verdes, com foco em inovação, sustentabilidade e economia circular.
O conceito de economia circular associa o desenvolvimento econômico ao melhor uso dos recursos naturais, considerando a gestão de resíduos pós-consumo. Por meio dela é possível gerar novas oportunidades de negócios e otimizar os processos industriais, alinhado a responsabilidade ambiental.
Um exemplo prático da aplicação da economia circular na indústria é o rerrefino do óleo lubrificante usado ou contaminado, o OLUC. O óleo lubrificante é composto por uma grande parcela de óleo mineral, que recebe aditivos para melhoria do seu desempenho. Este óleo mineral presente na sua composição não se degrada durante o uso nas máquinas e motores. E por isso é possível, por meio do processo de rerrefino, separar o óleo mineral contido no óleo lubrificante usado dos demais componentes, como água, aditivos degradados e outros tipos de óleo e combustíveis, recuperando-o incontáveis vezes.
A logística reversa do OLUC, que compreende a cadeia de coleta e rerrefino do resíduo para produção de óleos básicos, foi destacado como um case de sucesso de economia circular no painel que abordou o tema: Reciclagem e Gestão de Resíduos: Reaproveitamento e Potencial Energético.
Na ocasião, Thiago Trecenti, presidente da Lwart Soluções Ambientais, única produtora da América Latina de óleos básicos de alta performance, Grupo II, a partir de óleo lubrificante usado ou contaminado, apresentou dados que destacam a importância do setor e do trabalho realizado pela empresa. “Em 2021 (o setor no Brasil) coletou cerca de 560 milhões de litros de óleo lubrificante usado e contaminado que foram destinados ao rerrefino. No último ano, foram coletados cerca de 45% de todo óleo lubrificante usado disponível. Esse índice de coleta do mercado brasileiro é uma referência mundial, pois o país recicla 90% do total coletado, para termos uma noção da nossa eficiência, o segundo país que mais coleta – Estados Unidos – recicla apenas 55%”.
Congresso Mercado Global de Carbono Divulgação
Desse montante coletado e rerrefinado, foram produzidos cerca de 300 milhões de litros de óleos básicos, o que garante uma economia de divisas para o País na ordem de US$ 300 milhões por ano. “Quando rerrefinamos deixamos de extrair este óleo básico da natureza, uma vez que se trata de um derivado do petróleo. Temos como base uma equivalência em que 1 litro de óleo rerrefinado evita a importação de 3,7 litros de óleo básico, evitando assim a extração de recurso natural finito como o petróleo. Além do rerrefino emitir 4 vezes menos gases de efeito estufa que o óleo importado”, destaca Trecenti.
O case brasileiro de economia circular também foi apresentado pela gerente de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Lwart Soluções Ambientais, Aylla Kipper, que destacou em um fórum especifico sobre a logística reversa do óleo lubrificante, o case de economia circular perfeita no Brasil. “Consideramos a logística reversa do OLUC realizada pela Lwart, como um caso de economia circular perfeita porque, a partir da coleta desse resíduo, realizamos o processo de rerrefino resultando em um óleo básico de alta performance, GII, que retorna pra cadeia produtiva após passar por um processo de formulação, como um novo óleo lubrificante de alta performance.
Todo o processo pode ser realizado infinitas vezes”, destacou Aylla.
Brasil tem planta de rerrefino na vanguarda da tecnologia. Lençóis Paulista abriga uma das plantas mais modernas do mundo para rerrefino de óleo lubrificante usado. Pertencente à brasileira Lwart Soluções Ambientais, o conjunto tecnológico de ponta presente na planta da Lwart permite que o rerrefino aproveite praticamente 100% do óleo lubrificante usado que entra no processo industrial. Trata-se de um processo ecoeficiente no qual nada se perde; toda matéria prima é aproveitada de alguma forma.
A tecnologia, que combina desasfaltamento e hidrotratamento, faz com que cerca de 73% do volume de óleo coletado se transforme novamente em óleo básico, enquanto outras rerrefinarias do país que usam o processo ácido-argila rendem em torno de 60%.
O processo da Lwart ainda trata a água presente no resíduo e transforma seus outros componentes em coprodutos. Outro grande diferencial é a não geração de resíduos. Enquanto o processo ácido-argila gera 180.000 toneladas por ano, a operação aplicada pela Lwart não gera resíduos durante o processo normal, e na manutenção anual, gera apenas 100 toneladas.
Assessoria de Imprensa
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Fonte: cargonews.com.br