Por Miguel Monzu*
Segundo estudo realizado pela Deloitte em colaboração com o MIT, cerca de 80% dos CEOs estão preocupados com a possibilidade de que um fator disruptivo de origem modifique as suas operações ou modelos empresariais. Fica claro que esse cenário não se limita à eficiência ou a uma tecnologia para fazer tarefas com mais velocidade: a verdadeira inovação disruptiva impacta a organização inteira.
Empresas consideradas mais disruptivas não são inovadoras apenas quanto à tecnologia. A inovação está também na forma de conduzir os negócios, ou seja, com as pessoas e sobre como elas se organizam. Ser uma organização disruptiva nada mais é do que gerenciar as pessoas de uma organização.
Diante desse cenário, quais seriam os desafios estratégicos do RH como principal responsável por gerenciar as pessoas? O primeiro é ser coautor da estratégia. O gestor deve ser capaz de criar o próprio plano de negócios de modo que possa discuti-lo tanto com o presidente como para se impor perante aos acionistas. Desse modo, este gestor torna-se imprescindível.
Com isso, nos voltamos a um dos pilares de qualquer organização: a principal matéria prima é a pessoa. O RH deve não apenas zelar pelo patrimônio humano como, principalmente, passar a ser coautor das estratégias da empresa. Deve ter papel inclusivo na estratégia e na transformação da companhia.
O segundo desafio é conduzir o processo de aceleração da formação de líderes em todas as áreas da empresa e não apenas nas áreas-chave. O RH tem o papel de criar propósito, formar líderes que inspiram pelos valores e superam a diversidade.
Um terceiro desafio estratégico é criar uma cultura de inovação que leva a mudanças. Esse aspecto representa, inclusive, uma mudança no mindset nos profissionais da área. Assim, ser inovador ao RH é estabelecer, dentre suas metas, indicadores como aumento de receita, redução de custos, mitigação de riscos e aceleração de retorno.
Nosso quarto desafio está em preparar a força de trabalho para o mundo 4.0. Quando se fala de inovação, é também inevitável não se pensar em tecnologia e em ambiente digital. O papel do RH é preparar a força de trabalho para o mundo 4.0, humanizando a transformação digital na empresa.
Por fim, o quinto desafio estratégico do RH é atuar nos canais de distribuição e fornecedores. Para se tornar efetivamente protagonista das mudanças e transformações nas companhias, entretanto, é necessário abrir mão de conceitos pré-estabelecidos, como o de que o RH só trabalha para a folha de pagamento. O patrimônio humano é muito mais amplo e o RH deve trabalhar em todos os canais, como distribuição, revendas e fornecedores.
Diante de cenários cada vez mais disruptivos, o papel do RH é ser o curador e criador de significado para as tecnologias, usando-as para aperfeiçoar a experiência do funcionário no trabalho, o que é, primordialmente, nossa maior responsabilidade.
*Miguel Monzu é vice-presidente da Fesa Group, consultoria de executive search e de estratégia de capital humano
Assessoria de Imprensa
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