Entre as regiões do país, o Centro-Oeste é a que apresentou menor retração da atividade econômica entre março e abril. Segundo dados do Banco Central, a região teve uma retração de 6,16%. Entre as produções agrícolas da região está a soja, principal item de exportação do país e que teve alta de venda mesmo durante esse período de crise.
“Esse ano a safra 2019/2020 da produção de grãos, tem tudo para ter resultados positivos no mercado, principalmente na soja, principal produto do agronegócio brasileiro. Só em soja, a estimativa de crescimento é de mais de 5,1% que a safra anterior, segundo levantamento prévio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)”, analisa Leonardo Massuda, diretor da FESA Group, consultoria especializada em gestão de talentos e desenvolvimento organizacional.
Esses resultados projetam expansões de negócio no campo e influenciam em toda a cadeia do agronegócio, explica Massuda. “Essa cadeia é movimentada desde os fabricantes de agroquímicos até as empresas de fertilizantes, sementes, micronutrientes, maquinários, implementos agrícolas e principalmente, a distribuição de insumos agrícolas”. Dessa forma, o setor está criando iniciativas que auxiliam e cooperam para o aumento da produtividade no campo e a otimização do tempo, alinhado a oferta das novas tecnologias.
Massuda comenta que nesse contexto acelerado de expansão das áreas surge a necessidade de ampliar o capital humano, principalmente para o time comercial. “Ampliam-se as oportunidades para os cargos de representantes e gerentes de loja, por exemplo. Porque é muita demanda de venda e distribuição, principalmente nas novas fronteiras agrícolas. Nessas regiões, temos visto uma expansão um pouco mais acelerada, saindo de Goiás e subindo para o norte e nordeste do País, como Pará e Maranhão. Esses estados são áreas que estão no radar de alguns fundos e players de mercado para expansão.
Obviamente que o Mato Grosso ainda é o maior mercado, mas há uma atenção principalmente para o Pará”, comenta o consultor. A parte sul do Pará tem domínio na produção de soja e de acordo com o Banco Central, entre abril e maio, a atividade econômica do estado recuou 5,22%, justamente pelo bom desempenho na produção, venda e distribuição do grão.
O reforço dos times para corresponder os projetos de expansão e as altas demandas exige novas competências para desemprenho das funções. “Destaco por exemplo, as áreas do financeiro para crédito e cobrança. São operações complexas que envolvem modalidades específicas de financiamento no agronegócio, como CRA, CPR e CDCA, e modalidades de barter, a troca de insumos por grãos. Muitas dessas operações envolvem também questões de trade e armazenamento. É muito complexo e essas áreas tendem a ter mais necessidade por profissionais qualificados, que entendem essa dinâmica no agronegócio”, explica o consultor.
Olhando para o avanço da digitalização, o produtor está cada vez mais conectado com o fornecedor e vice-versa. A forma de se comunicar e até de fazer negócio ganhou novos recursos que facilitam a conexão. Massuda aponta que as questões digitais aceleraram e quem conseguiu se capacitar para essa tendência vai se sobressair nesse mercado, e os que não possuem, sentirão bastante esse impacto.
“O produtor está mais aberto a ter novas ferramentas, a otimizar o tempo em receber fornecedores, por exemplo, e digitalização quebrou muito essa barreira. Sem contar as novas tecnologias que tem ajudado o produtor no campo, seja de maquinário, controle das lavouras, mensuração dos indicadores, rastreamento, georreferenciamento, enfim, inúmeras tecnologias estão surgindo nesse mercado e as competências para dominá-las são muitas. Hoje, eu falo que o agro é muito mais conectado e digitalizado que há alguns anos, a aceleração tecnológica e as habilidades profissionais ligadas a essas tecnologias já eram relevantes, mas agora elas são essenciais, principalmente nos processos de expansão e distribuição”, conclui Massuda.
Assessoria de Imprensa
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Fonte: cargonews.com.br