Local foi recuperado com espécies vegetais típicas e fica a 750 metros do Rio Mogi Guaçu; trilha ecológica será inaugurada
No dia Mundial do Meio Ambiente, celebrada nesta quarta-feira, 5 de junho, uma área de cerrado de aproximadamente 45 campos de futebol, em Mogi Guaçu (SP), será entregue após ser recuperada como parte de um projeto ecológico realizado por meio de uma parceria entre o Aeroporto Internacional de Viracopos, o Instituto Florestal (IF), entidade ligada à Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente de SP, e a empresa CEIBA Consultoria Ambiental.
A área restaurada possui 442,5 mil m2 e está localizada dentro da Estação Experimental de Mogi Guaçu, chamada Fazenda Campininha. Dentro desse espaço, também será inaugurada no dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, a Trilha das Lobeiras, que consiste em um caminho de um quilômetro que foi desenvolvido pelos técnicos do IF e da Ceiba, com apoio de Viracopos, para trabalhar a conscientização ambiental com as crianças e adultos.
A metodologia do projeto de restauração envolveu o plantio de adensamento e enriquecimento associado com a condução de regeneração natural da área. O projeto teve início em 2015, após assinatura do TCRA (Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental), entre Viracopos e Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de SP) devido ao processo de licenciamento ambiental pelas obras de ampliação do aeroporto de Viracopos.
As áreas estão inseridas numa região de predominância de cerrado, com presença de regenerantes de espécies características e, em alguns pontos, apresenta uma vegetação mais adensada típicas de locais mais úmidos, com a presença de espécies encontradas ao longo das margens florestadas do Rio Mogi-Guaçu, que se encontra a 750 metros da área de plantio.
Após a seleção das áreas para restauração, as equipes técnicas realizaram um sobrevoo de drone para obtenção de imagens aéreas com o objetivo de observar os padrões de densidade de regenerantes na área e documentar a evolução dos locais em restauração ao longo do tempo, além da realização de levantamento florístico das áreas para caracterizar os tipos de vegetação e embasar a escolha das espécies típicas para compor o plantio.
A estratégia definida para o plantio resultou num aumento da densidade de indivíduos e na diversidade de espécies, associadas ao controle de espécies invasoras e controle de formigas cortadeiras. Sem essas duas providências, dificilmente as mudas plantadas poderiam sobreviver e se desenvolver, segundo os responsáveis pelo projeto. Após as operações de replantio das diversas espécies foi realizado no período de estiagem a irrigação das mudas para evitar a perda por desidratação.
“O ponto alto de toda essa experiência foi o dia em que avistei um lobo guara em trânsito pela área, solto, livre e interagindo com seu próprio ambiente natural. Naquele momento, um episódio raro, tive a certeza que nosso principal objetivo havia sido atingido”, disse o biólogo e analista ambiental de Viracopos, Tiago Aranha.
Atualmente, é possível observar no local a ocorrência de espécies de gramíneas nativas, em especial o rabo-de-burro (Andropogon bicornis) e uma espécie de sapê comum em áreas de cerrado, além da floração e frutificação de diversas espécies atrativas à fauna, tais como lobeiras (Solanum lycocarpum) e jurubebas (Solanum paniculatum), indaiá (Attalea geraensis), cajueiro-do-campo (Anacardium humile), gabirobas (Campomanesia sp) entre outras.
“As áreas de cerrado são extremamente significativas para a manutenção da biodiversidade, mas ações práticas de restauração ecológica nesse bioma são relativamente mais raras. Aproveito para agradecer a toda equipe do IF, da Ceiba e de Viracopos pela parceria desenvolvida nesse trabalho”, completou o analista ambiental.
O projeto de restauração da área tem como objetivo atender as exigências legais previstas no Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental (TCRA) N° 25919/2015, que visa o cumprimento de condicionantes ambientais da Licença de Instalação N° 2126/2012 e da Licença de Operação N° 2243/2014, bem como atender aos parâmetros de recomposição previstos na Resolução SMA N° 32/2014, cuja finalidade é a restauração ecológica de áreas degradadas.
“Finalizar esse processo com a inauguração da ‘Trilha das Lobeiras’, um espaço que será utilizado para educação ambiental de crianças e adultos, contribuindo com a conscientização e conservação do cerrado, é algo que eu jamais teria imaginado quando todo esse processo se iniciou”, concluiu o biólogo de Viracopos.
Assessoria de Imprensa
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