Moeda dos EUA fechou a R$ 4,0721 na sexta-feira (31). Previsão do mercado para cotação no fim do ano avançou de R$ 3,75 para R$ 3,80, segundo boletim Focus do Banco Central.
O dólar é negociado em alta nesta segunda-feira (3), primeiro pregão do mês de setembro, voltando a encostar em no patamar de R$ 4,15, com a cautela predominando entre os investidores devido ao cenário eleitoral doméstico e em sessão marcada por feriado nos Estados Unidos e viés negativo para os mercados emergentes.
Às 13h, a moeda norte-americana subia 1,47%, a R$ 4,1321. Na máxima do dia até o momento, chegou a R$ 4,1425. Já o dólar turismo era negociado ao redor de R$ 4,30, sem considerar a cobrança de imposto (IOF). Veja mais cotações
Na sexta-feira, o dólar fechou em queda de 1,72%, a R$ 4,0721, acumulando baixa de 0,79% na semana. No acumulado em agosto, contudo, a moeda teve alta de 8,49%, o maior avanço mensal desde setembro de 2015. No ano, a valorização é de 22,89%.
Os investidores aguardavam novas pesquisas de intenção de votos: Ibope, na terça-feira, e Datafolha na quinta-feira.
No exterior, os investidores monitoravam ainda a guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais. No final de semana, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que o Canadá não era necessário no acordo do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).
O dólar avançava com força ante outras divisas de países emergentes, com destaque para a lira turca, depois que a inflação no país saltou para quase 18%, segundo a agência Reuters.
O Banco Central brasileiro realiza nesta sessão leilão de até 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de outubro, no total de US$ 9,801 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
Novo patamar e perspectivas
A recente disparada do dólar, que voltou a romper a barreira dos R$ 4 após 2 anos e meio, acontece em meio às incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que faz aumentar a procura por proteção em dólar.
Investidores têm comprado dólares em resposta a pesquisas que mostram uma fraqueza de candidatos voltados a reformas alinhadas com o mercado. Além disso, o nervosismo gera maior demanda por proteção, o que pressiona o real. Importadores, empresas com dívidas em dólar e turistas preocupados correm para comprar e ajudam a elevar o preço da moeda americana.
Outro fator que pressiona o câmbio é a perspectiva de elevação das taxas básicas de juros nas economias avançadas como Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de dólares dos países emergentes.
A visão dos analistas é de que o nervosismo tende a continuar e que o mercado ficará testando novas máximas até achar um novo piso ou até que se tenha uma maior definição da corrida eleitoral.
A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 foi elevada de R$ 3,75 para R$ 3,80 por dólar, segundo boletim Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central. Para o fechamento de 2019, ficou estável em R$ 3,70 por dólar.
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