Na semana passada, o dólar acumulou recuo de 1,75%. Foi a 5ª semana consecutiva de queda.
O dólar opera em queda nesta segunda-feira (22), depois de atrair compradores no início do pregão em dia de baixo volume e agenda fraca, de olho na corrida eleitoral e com maior busca por risco no exterior.
Às 12h21, a moeda norte-americana caía 0,88%, vendida a R$ 3,6797. Veja mais cotações.
A moeda norte-americana chegou a subir dois centavos contra o real após o início do pregão, em parte por atrair compradores quando a cotação foi abaixo de R$ 3,70 e também acompanhando o desempenho no exterior, onde subia ante o peso mexicano e a lira turca, de acordo com o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado, informa a agência Reuters.
Após a breve alta, o dólar retomou a queda, tendência que deve permanecer durante a semana anterior ao segundo turno da eleição presidencial.
“É uma segunda-feira de agenda fraca e o volume está pequeno, o mercado oscila muito fácil em relação aos ativos”, explicou Amado, acrescentando não acreditar “que o mercado vai desmontar posições e aprofundar a queda durante a semana”. “Vai prevalecer a cautela”, acrescentou.
No exterior, a promessa de mais estímulos depois que a China revelou medidas de mudanças de impostos para sustentar a economia e empresas ajudava os mercados emergentes, em um dia de maior alívio também com o orçamento italiano depois que a agência de classificação Moody’s manteve a perspectiva estável do país.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de novembro, no total de US$ 8,027 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
Na sexta-feira (19), o dólar fechou em queda, com o mercado repercutindo o cenário eleitoral, após pesquisa Datafolha divulgada na quinta, e acompanhando a trajetória no exterior ante divisas de países emergentes. A moeda caiu 0,26%, vendida a R$ 3,7125.
Na semana passada, o dólar acumulou queda de 1,75%. Foi a quinta semana consecutiva de queda. No ano, no entanto, subiu 12,04%.
Perspectivas
Desde agosto, a moeda norte-americana vinha se mantendo acima de R$ 4, em meio a incertezas sobre a corrida eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que fez aumentar a procura por proteção em dólar.
Nas últimas semanas, porém, a expectativa de que a cautela iria predominar nos mercados foi substituída por ajuste de posições e uma intensa queda da moeda, em meio ao resultado do 1º turno e expectativas sobre o desfecho da corrida eleitoral.
O mercado prefere candidatos com viés mais reformista e liberal, e entende que aqueles com viés mais à esquerda não se enquadram nesse perfil. E cresce entre os investidores a percepção de que o país poderá ser governado por alguém com um perfil mais alinhado às suas preferências.
A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 recuou de R$ 3,81 para R$ 3,75 por dólar, segundo previsão de analistas de instituições financeiras divulgada por meio de boletim de mercado pelo Banco Central nesta semana. Para o fechamento de 2019, permaneceu estável em R$ 3,80 por dólar.
A despeito das persistentes incertezas para a economia brasileira, alguns especialistas apontam que uma nova rodada de queda do dólar no curto prazo não é descartada. Mas seria preciso um movimento bastante intenso de busca por risco no exterior ou uma nova onda de euforia com o futuro cenário político e agenda de reformas.
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