Na véspera, a moeda norte-americana caiu 0,85%, vendida a R$ 3,9931.
O dólar opera em alta nesta sexta-feira (28), após fechar abaixo de R$ 4 no dia anterior, com o mercado financeiro de olho no cenário eleitoral e no exterior.
Às 13h35, a moeda norte-americana subia 0,68%, vendida a R$ 4,0201.
Na máxima do dia até o momento, o dólar chegou a R$ 4,0498. Na mínima, caiu a R$ 3,9894.
No mês, até a quinta-feira, o dólar caía 1,94% e, no ano, subia 20,5%.
Cenário externo e político
No exterior, o dólar subia em dia de mais aversão ao risco, após o governo italiano ter divulgado um orçamento para 2019 com um déficit três vezes maior que sua meta anterior.
Destaque para o euro, que operava em queda e abaixo de US$ 1,16 pela primeira vez em duas semanas uma vez que alguns investidores consideraram o orçamento italiano como um desafio às exigências da União Europeia.
A formação da taxa Ptax (taxa média usada em contratos de câmbio) de final de mês também influencia a cotação.
O cenário eleitoral também trazia cautela aos investidores, a pouco mais de uma semana do primeiro turno das eleições presidenciais.
Atuação do BC
O Banco Central concluiu na véspera a rolagem do vencimento de swap cambial, equivalente à venda futura de dólares, de outubro e, após o fechamento do mercado, já anunciou o início da rolagem de novembro a partir da próxima segunda-feira (1).
A oferta será de até 7,7 mil contratos que, se mantidos até o final do mês, rolarão integralmente o total de US$ 8,027 bilhões em swap que vencem no penúltimo mês de 2018.
Última sessão
Na véspera, a moeda norte-americana caiu 0,85%, vendida a R$ 3,9931. A última vez que o dólar fechou abaixo de R$ 4 foi em 20 de agosto, quando encerrou a sessão a R$ 3,9566.
O mercado de câmbio refletiu o fluxo de ingresso de recursos para o país e desmonte de posições compradas, com os investidores menos assustados quanto ao cenário eleitoral em sessão ainda marcada por melhora no cenário externo, depois que o Federal Reserve (BC dos EUA) sinalizou quatro altas de juros nos Estados Unidos até o final de 2019.
Segundo o Valor Online, profissionais de mercado comentaram que um amplo ajuste de posições contribuiu para o alívio no câmbio em meio à percepção de que o resultado eleitoral poderia não trazer efeitos tão negativos para o mercado.
O Bank of America Merrill Lynch (BofA) decidiu elevar a recomendação dos bônus brasileiros – dívida externa do país – para a média do mercado, avaliando que os riscos eleitorais do Brasil estão menos “assimétricos”.
Novo patamar e perspectivas
A recente disparada do dólar aconteceu em meio a incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que faz aumentar a procura por proteção em dólar.
Investidores passaram a comprar dólares em resposta a pesquisas que mostram intenção de voto mais baixa para candidatos considerados mais pró-mercado. Na avaliação do mercado, os candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto são menos comprometidos com determinados modelos de reformas econômicas considerados fundamentais para o ajuste das contas públicas.
Na prática, as flutuações atuais ocorrem principalmente conforme cresce a procura pelo dólar: se os investidores veem um futuro mais incerto ou arriscado, buscam comprar dólares como um investimento considerado seguro. E quanto mais interessados no dólar, mais caro ele fica.
Outro fator que pressiona o câmbio é a elevação das taxas básicas de juros nas economias avançadas como Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de dólares dos países emergentes. O mercado tem monitorado ainda a guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais e a crise em países como Argentina e Turquia.
A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 subiu de R$ 3,83 para R$ 3,90 por dólar, segundo o último boletim Focus do Banco Central. Para o fechamento de 2019, avançou de R$ 3,75 para R$ 3,80 por dólar.
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