A cada ano, cresce o número de mulheres matriculadas nos cursos de mecânica de autos e motocicletas oferecidos pela Escola do Mecânico. Neste Dia Internacional da Mulher, elas contam como é o exercício da profissão. Além dos cursos tradicionais, nos quais todas podem se inscrever, a Escola do Mecânico oferece um curso específico para mulheres, o Mecânica para Mulheres
São Paulo, Março de 2020 – As mulheres já somam 15% de todos os alunos matriculados nos cursos da Escola do Mecânico, rede com 33 escolas especializadas em cursos de mecânica de autos, motocicletas e caminhões. A própria fundadora da rede, Sandra Nalli, tem uma história interessante: ela foi gerente de um centro automotivo em Campinas (SP) e conhece muito de mecânica – tanto que criou a Escola do Mecânico a partir do seu projeto social, ao ensinar o ofício a meninos da Fundação Casa (veja a história no final deste texto). “As mulheres são muito competentes na mecânica. Elas têm todas as habilidades necessárias para realizarem os serviços e não há nada que lhes falte para realizar o trabalho, seja em qual área for”, garante Sandra.
A Escola do Mecânico já formou muitas profissionais, que encaram diariamente o exercício da profissão, em oficinas de todos os portes. E as marcas cada vez mais as contratam. “Por meio do Emprega Mecânico, nosso site de empregabilidade, no qual ligamos vagas de empregos aos nossos alunos e ex-alunos, temos empregado mulheres em locais renomados. É muito bom ver que o preconceito tem diminuído graças à competência feminina”, comemora Sandra.
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Quem encontra a delicada Fernanda Garcia, de 37 anos, vestindo pantalona estampada, regata e calçando sapatilhas, com maquiagem leve e bijuterias, logo cedo, pela rua, mal consegue imaginar que, em alguns minutos, ela trocará o estilo feminino por uniforme de coordenadora técnica de uma oficina-escola mecânica.
A profissional, que tem uma história de coragem e luta contra o preconceito e o machismo, está bem feliz na profissão que escolheu. “Eu conheci a Escola do Mecânico em 2014, quando meu irmão sugeriu que eu fizesse um curso de elétrica e injeção eletrônica para trabalhar com ele, numa oficina mecânica que ele pretendia abrir. Mas, eu não conhecia nada de motores, então, parei o primeiro curso na metade e voltei atrás, para a Mecânica Básica, de motores. Eu me apaixonei pela área e fui agregando novos cursos, até me sentir capaz de ir em busca de emprego na área”, comenta.
O primeiro emprego foi conquistado por meio do Emprega Mecânico. “Fiquei um tempo na oficina e aprendi bastante. Mas, ela passou por uma crise e fui demitida. Voltei a ser empregada pelo mesmo programa da Escola do Mecânico, desta vez pela própria empresa, como instrutora da escola de Sumaré. Era professora de uma turma de oito alunos e esse foi um grande desafio!”, lembra Fernanda.
Com excelente desempenho, ela se candidatou, pouco tempo depois, a outra vaga, que surgiu em Hortolândia (SP): a de coordenadora da unidade. “Não achei que fosse contratada, mas meu desempenho já era conhecido na rede Escola do Mecânico e eu passei. Agora, sou a responsável por toda a parte pedagógica da unidade e desempenho um papel fundamental para o bom funcionamento do curso, desde o acompanhamento do cronograma de aula, preparação de materiais e equipamentos para o curso até a parte burocrática da escola”, comenta.
O irmão não concretizou o sonho de abrir a oficina, mas Fernanda (foto) não desistiu da vontade de trabalhar com mecânica e sente-se feliz na profissão. “Eu sempre enfrentei o preconceito. Aos 15 anos, quis fazer um curso de Informática e minha família foi contra, dizendo que eu deveria partir para um segmento mais feminino. Mas, eu amava conhecer a tecnologia! Desafiei quem dizia que eu não conseguiria e, mesmo não tendo apoio financeiro, eu fui adiante”, fala.
Ainda em relação ao preconceito que as mulheres sofrem por ocuparem vagas tidas como supostamente masculinas, Fernanda afirma que, hoje, sabe que nenhuma mulher é incapaz de realizar qualquer trabalho. “Eu fui matriculada pela própria Sandra Nalli, que fundou a Escola do Mecânico e passou por todos os setores de uma oficina mecânica, antes de tornar-se franqueadora da rede. Ela, assim como eu, já enfrentou olhares de reprovação e até mesmo pessoas que achavam que não tínhamos competência para desmontar e remontar um motor ou fazer um diagnóstico de um carro com problemas. Provamos que não apenas conseguimos realizar esses serviços como podemos ensinar outras pessoas a fazê-lo. E queremos que muitas mulheres tenham orgulho da profissão de mecânica”, finaliza.
Sandra Nalli: de Menor Aprendiz a franqueadora da Escola do Mecânico
Para que se entenda melhor o diferencial da Escola do Mecânico, a marca surgiu a partir da experiência de Sandra Nalli no setor automotivo. Aos 14 anos de idade, a então Menor Aprendiz foi contratada por uma rede de centros automotivos de Campinas (SP), sua terra natal, e iniciou carreira neste segmento. Interessada e eficiente, aos 21 anos ela se candidatou a chefe de oficina, sendo recusada por seus superiores, a princípio, por ser mulher. “Eu não desisti, fiz um curso e consegui o cargo, mesmo sofrendo bastante preconceito”, lembra.
Pouco tempo depois, ela foi promovida a gerente da maior loja da mesma rede, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo de líder de oficina. Nesta época, Sandra já desenvolvia trabalho voluntário com meninos da Fundação Casa, também em Campinas (SP), com capacitação teórica em mecânica. Sua intenção era a de fornecer a eles conhecimento suficiente para que saíssem da internação com vontade de estudar e ter uma profissão, já que não era possível, ali, oferecer-lhes cursos práticos. “Eu sempre soube que havia uma grande carência mercadológica, de profissionais técnicos, bem capacitados, porque eu mesma tinha dificuldade em encontrá-los. Assim, sonhava em oferecer conhecimento e oportunidade a esses meninos, porque uma profissão pode mudar a realidade de suas vidas. Eu os queria empregar”, recorda.
Com dificuldade, Sandra alugou uma sala no bairro do Botafogo, em Campinas, e pediu a um amigo grafiteiro que escrevesse, na parede externa: “Escola do Mecânico”. Era ali que ensinaria jovens carentes a ter uma profissão. Tamanha foi sua surpresa, entretanto, ao perceber que muitas pessoas passavam e queriam se inscrever em cursos de mecânica. “Com essa procura, percebi que havia a possibilidade de empreender. Procurei o Sebrae e fiz um plano de negócios. Como eu não tinha recursos para investir, vendi meu carro e peguei os R$ 20 mil da venda para comprar ferramentas. Também emprestei outros R$ 20 mil do meu pai para o restante do material necessário e me dediquei ao projeto”, conta a empreendedora.
A escola lotou. Porém, não havia espaço para as tão sonhadas aulas práticas. Foi então que Sandra teve a ideia de alugar dez vagas em um estacionamento próximo à sala, informalmente. “E tudo realmente começou assim, com uma turma de oito alunos pagantes, mais os meninos bolsistas. Sempre tive a consciência de que o curso não é o objetivo, mas, sim, proporcionar emprego e renda às pessoas. Sem crédito ou credibilidade, fui crescendo, mas sempre com o propósito de transformar, mudar a vida das pessoas por meio do curso de mecânica oferecido por valores acessíveis”, reforça.
Com o sucesso da primeira Escola do Mecânico, vieram outras duas próprias e, logo, a marca começou a ser procurada por interessados em franquias. Sandra Nalli enfrentou, então, um grande dilema: para quem ela deveria conceder sua marca? “Investir numa Escola do Mecânico não é barato, são R$ 300 mil. Temos ferramentas e equipamentos, além da necessidade de estrutura física, que necessitam deste valor. Porém, mais do que isso, eu desejava ter, na rede, pessoas que tivessem a mesma filosofia que eu, a de mudar vidas. E isso não é uma tarefa das mais fáceis”.
Com o passar dos anos – já são oito, desde a inauguração da primeira escola – , Sandra e sua equipe criaram mecanismos e ferramentas que permitiram que o sonho de empregar os alunos e alunas que passam pelo curso ficasse cada vez mais real.
Assim, o cunho social da marca se manteve, por meio de um aplicativo, o Emprega Mecânico, que liga o aluno a vagas de emprego disponíveis nas cidades nas quais há escolas. Além disso, são desenvolvidos projetos sociais constantemente na rede, como o Adote um Mecânico, em que empresas e pessoas físicas são convidadas a patrocinar o acesso de estudantes carentes a cursos profissionalizantes; parcerias público-privadas, para fomento de projetos que levem conhecimento a pessoas carentes, entre outras oportunidades, sempre criadas para que a rede toda desempenhe seu papel social. “Dessa forma, só podemos ter, como franqueados, pessoas que tenham os mesmos valores que a franqueadora. Obviamente, o retorno do investimento é valorizado e ele vem dentro do prazo estipulado, nosso negócio é lucrativo. Porém, não visamos apenas ao lucro e temos um objetivo muito maior do que ver nossa rede crescer em faturamento e número de unidades: queremos pessoas capacitadas e empregadas. Essa é nossa meta real”, define Sandra.
Cursos da Escola do Mecânico incluem o Mecânica para Mulheres
Com 33 escolas e em pleno crescimento, a Escola do Mecânico oferece cursos de Linha Leve, Linha Pesada e Motocicletas. A empresa possui um Centro de Capacitação Profissional com capacidade para atender 900 alunos.
Em Linha Leve, são oferecidos cursos de: Mecânica Automotiva Completa; Elétrica e Injeção Eletrônica; Motor Ciclo Otto e Transmissão Manual; Sistema de Rodagem, Suspensão e Freios; Instalação de Som e Acessórios Completo; Lubrificação e Troca de Óleo; Mecânica para Mulheres; Ar-condicionado Automotivo; Alinhamento de Direção 3D, Computadorizada e a Laser; Gestão de Negócios para o Segmento Automotivo; Consultor de Vendas Automotivas.
Em Linha Pesada, são oferecidos cursos de: Motor Ciclo Diesel; Eletricidade e Gerenciamento Diesel; Mecânica de Empilhadeira a Combustão e Princípios de Empilhadeira Elétrica.
Em Motocicletas, são oferecidos cursos de: Mecânico de Motocicletas Completo; Elétrica e Injeção Eletrônica de Motocicletas e Mecânico de Motocicletas Alta Cilindrada.
A cada ano, novos cursos são implantados, atendendo a necessidades do mercado, e mais pessoas conseguem emprego e geram renda. “Mudar vidas requer um esforço considerável, mas nós estamos no caminho certo. E, nos próximos anos, queremos impactar ainda mais pessoas, em outros pontos do País, porque o mercado é grande e há muita necessidade de mão de obra. Já temos alunos atuando até internacionalmente e sabemos que é possível conquistar espaço quando a Educação é o maior objetivo. Pessoas que pensam da mesma maneira são bem-vindas ao nosso convívio e empreendimento e, sem dúvida, teremos sucesso juntas”, diz Sandra Nalli.
Um dos destaques da Escola do Mecânico é o curso Mecânica para Mulheres. “Criamos esse curso para que as mulheres entendessem mais da mecânica e para que muitas percebessem se realmente desejariam trabalhar no ramo. Raramente, uma mulher desiste da área, após passar por este curso”, comenta Sandra.
Não há diferença no conteúdo do curso, em relação ao curso Mecânica Automotiva Completa, também oferecido pela Escola do Mecânico, mas o fato de ele ter turmas 100% femininas e prioridade de instrutoras mulheres torna o ambiente bem empático às mulheres. “Muitas jovens temem começar um curso predominantemente masculino, com medo de fazer perguntas aparentemente bobas ou porque acham que sabem menos que os homens e se retraem. Num grupo exclusivamente feminino, elas se sentem à vontade e aprendem bastante, ficando prontas para chegar ao próximo nível em igualdade de conhecimento com os homens”, finaliza a franqueadora.
Assessoria de imprensa
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Fonte: cargonews.com.br