A Embraer e a Força Aérea Brasileira (FAB) realizaram hoje uma cerimônia para celebrar os 50 anos do primeiro voo do Bandeirante, avião bimotor que representa um marco na história da indústria aeronáutica nacional e que levou à criação da Embraer em 1969 para a produção em série e comercialização do produto.
O evento recriou a solenidade oficial de 26 de outubro de 1968, quando centenas de convidados testemunharam o voo da aeronave que partiu da pista — na época não pavimentada — de São José dos Campos, interior de São Paulo. A celebração contou com a presença do Ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato, do primeiro diretor superintendente da Embraer, engenheiro Ozires Silva, e da atual diretoria e funcionários da Companhia.
“O Bandeirante representou muito mais do que uma aeronave, mas um novo ciclo de transformação da indústria brasileira. Ele representa um Brasil que é aguerrido, capaz de unir competência, talento e inovação”, disse Paulo Cesar de Souza e Silva, CEO e diretor-presidente da Embraer. “Esta data comemorativa nos oferece uma oportunidade para agradecer e celebrar os pioneiros da Embraer e da indústria aeronáutica brasileira, os nossos próprios bandeirantes, que desbravaram as fronteiras da tecnologia aeronáutica. A Embraer é hoje uma empresa que compete em igualdade de condições tecnológicas com as maiores do mundo porque há 50 anos um grupo de engenheiros, projetistas e pilotos ousou trazer à vida uma aeronave que se tornou uma lenda.”
“Os 50 anos do Bandeirante devem ser comemorados sob diversos pontos de vista. Inicialmente como uma continuidade da genialidade e inventividade do brasileiro no campo da aviação. Ademais, o primeiro voo do Bandeirante representa também o início da inserção do Brasil em um contexto de destaque na indústria aeronáutica mundial, por meio da criação da Embraer e do estabelecimento de sucessivas parcerias de sucesso em diversos projetos, os quais após 50 anos projetaram a empresa a um patamar de reconhecimento e excelência incontestável em nível mundial”, disse o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato.
O primeiro protótipo do Bandeirante, então denominado de IPD-6504, realizou o voo de teste inaugural em 22 de outubro de 1968, com a presença da equipe técnica do projeto. O avião, pintado nas cores da FAB, deixou o hangar do X10, do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), para decolar às 7h07 e retornou para pouso 50 minutos depois sob o comando do major-aviador José Mariotto Ferreira e do engenheiro de voo Michel Cury. Mas foi somente quatro dias depois que o avião foi apresentado oficialmente a autoridades e jornalistas, e o voo novamente realizado.
Digno de seu nome, o avião Bandeirante liderou o desenvolvimento da aviação regional global e impulsionou a indústria aeronáutica brasileira, com o início de uma história de sucesso que permitiu transformar ciência e tecnologia em engenharia e capacidade industrial, hoje reconhecidas em todos os continentes nos quais voam os aviões fabricados pela Embraer.
Para a construção do primeiro protótipo, decorreram três anos e quatro meses, entre os primeiros estudos preliminares e o voo inaugural. Para isso, foram gastos 110 mil horas de projeto, tendo sido executados 12.000 desenhos de fabricação, 22.000 horas de cálculo estrutural e aerodinâmico e 282.000 horas de fabricação do avião e do seu ferramental.
Ao longo de mais de duas décadas, a Embraer produziu e entregou 498 aviões Bandeirante em diversas configurações civis e militares. Atualmente, cerca de 150 aeronaves estão em operação em linhas aéreas, táxi-aéreos, entidades governamentais e Forças Aéreas nas Américas, Ásia, Africa, Europa e Oriente Médio.
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