João Cristofolini, gestor da startup Pegaki, elenca tendências logísticas que podem ajudar as lojas virtuais
São Paulo, abril de 2021 — Os e-commerces cresceram muito em 2020, aumentando as vendas online. Para se ter ideia, segundo levantamento da consultoria E-bit|Nielsen, o e-commerce brasileiro tem a previsão de crescimento de 26% em 2021, alcançando um faturamento de R$ 110 bilhões.
Com muitas vendas e entregas a serem feitas, o setor teve que realizar adaptações logísticas para garantir a qualidade na entrega dos produtos. Agora, as lojas virtuais devem continuar buscando soluções econômicas e sustentáveis, não só durante, mas após a pandemia, para não perder espaço entre a concorrência.
As tendências de frete envolvem novas opções de rotas, de coleta dos produtos e de tecnologias auxiliares. Algumas já estão presentes há anos, mas sua adesão ainda tem muito a expandir. São maneiras de se tornar independente dos Correios ou até mesmo de transportadoras tradicionais e custosas.
Um ponto que vale o destaque são os PUDOs (pontos de retirada e coleta) que são vistos como grande tendência mundial nos próximos cinco anos. Na Europa e Ásia, os pontos já estão realizando a retomada das entregas e coletas de produtos para envio. Segundo a empresa de logística britânica Doddle: “O que estamos vendo é o início de uma tendência em direção a modelos como os encontrados na Polônia ou na China, onde as redes PUDO independentes de operadora são grandes partes do ecossistema de entrega geral. Especialmente na China, a HiveBox oferece às transportadoras uma alternativa simples para entregas com falha, graças a uma enorme rede de 150.000 bancos com armários, que entregam 9 milhões de encomendas todos os dias”.
João Cristofolini, co-fundador e gestor da Pegaki, líder nacional em PUDOs (pontos de retirada e coleta) e tecnologia para omnichannel, listou mais algumas das principais atividades que estão mudando as entregas para e-commerce.
Drop Off Points (Pontos de Coleta)
O e-commerce que realiza até vinte vendas por dia depende exclusivamente dos Correios. Basicamente, ele precisa ir até uma agência para enviar suas entregas. Nem o serviço de coleta da própria estatal nem de transportadoras está disponível para esse perfil. Mas já é possível resolver problemas como esse com o serviço de drop off points. Esta modalidade de serviço permite que os pequenos comerciantes deixem suas encomendas em pontos credenciados (essencialmente comércios) onde grandes transportadoras fazem a coleta e entregam o produto ao cliente final.
“Nossa intenção é oferecer um serviço de qualidade de nossos transportadores parceiros a um custo muito mais acessível ao pequeno e-commerce. Desta forma, também damos uma alternativa de coleta além dos Correios, com melhores preços, prazos e experiência”, completa.
Atualmente, a Pegaki conta com uma rede de 1.500 pontos credenciados em todos os estados do Brasil, essencialmente comércios. Esses estabelecimentos funcionam tanto como pontos de coleta, como pontos de retirada, conforme ítem abaixo.
Pick up points (Pontos de Retirada)
É uma opção para reduzir as taxas de insucesso de entrega, originadas por diversos motivos, como destinatário ausente ou endereço incorreto, por exemplo. Na prática, o cliente compra o produto em algum e-commerce parceiro e pode retirar sua compra em algum comércio credenciado.
“É mais conveniente para o comprador e até mesmo para o vendedor, que também tem a liberdade de deixar o produto em um ponto de sua escolha. Desta forma, o custo de frete para a loja costuma cair sem o repasse de economia das transportadoras”, afirma.
Roteirização dinâmicas
As rotas de entrega, especialmente no final do processo (conhecido como last mile, ou última milha), são essenciais para a garantia de prazo e boa experiência do cliente. Por isso é uma boa apostar na roteirização dinâmica que maximiza a taxa de ocupação dos veículos e minimiza o uso da frota porque utiliza o menor ou melhor percurso.
“Atualmente, as empresas buscam alternativas que possam maximizar o atendimento junto aos seus clientes e, em contrapartida, minimizar o custo da operação logística, o que exige estratégias de envio mais eficientes como é o caso da roteirização dinâmica. Além de reduzir os custos para a transportadora, ela também reduz a emissão de gases poluentes”, explica João.
Logística reversa
Existem duas razões pelas quais a logística reversa é importante no e-commerce: devoluções de produtos e descarte de resíduos. No primeiro caso, um bom processo define em grande parte a fidelização do consumidor, facilitando até para os consumidores que têm receios de trocas ou devoluções ao comprar de maneira online.
No segundo caso, trata-se de uma solução sustentável para o descarte correto de resíduos deixados pelo produto, geralmente embalagens. É uma forma que as empresas encontraram de ajudar o meio-ambiente e os consumidores.
Modificações in flight
Os clientes estão se tornando mais exigentes, inclusive ao receber informações sobre os processos de entrega. Com isso, as modificações in flight, tendência que permite que o consumidor troque o local ou o dia e horário da entrega do seu pedido depois que ele já está sendo transportado, ganharam mais adeptos. Além de acompanhar o processo em tempo real, trocar endereço, dia e horário disponíveis, por exemplo, é conveniente e evita o insucesso e desperdício de tempo e dinheiro.
É provável que mais tendências surjam ao longo dos próximos anos, complementando as que estão sendo usadas até agora. É importante que o setor de e-commerce fique atento às novidades: tanto para economizar e melhorar a experiência do cliente, quanto para não ficar para trás.
Assessoria de Imprensa
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Fonte: cargonews.com.br