Descoberta pode dar origem a biofertilizante.
Microrganismo atua disponibilizando às plantas o fósforo presente no solo.
Ação reduz aplicações de fertilizantes fosfatados na lavoura.
Além da economia para o produtor, tecnologia é capaz de ajudar o Brasil a diminuir dependência de importação fósforo fertilizante.
Traz mais sustentabilidade ambiental por reduzir riscos de carreamento de fósforo para corpos d’água.
Resultado reforça a importância da Amazônia para a bioeconomia como fonte de matérias-primas valiosas.
Um fungo que ocorre no solo da Floresta Amazônica revelou ser um importante estimulante do desenvolvimento de plantas. Pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (SP) avaliaram mais de mil linhagens do fungo Trichoderma aplicadas em conjunto com duas fontes de fósforo, e constataram que muitas delas promovem o crescimento de plantas de soja. Os resultados foram publicados na revista Scientific Reports do grupo Nature.
O microrganismo solubiliza o fósforo presente no solo, permitindo que esse mineral possa ser absorvido facilmente pela planta. Como consequência, a soja cresce mais rápido e o produtor pode economizar na aplicação desse nutriente. Além da economia ao produtor, seu uso reduz riscos de carreamento do fósforo para corpos d’água, proporcionando sustentabilidade à produção. A descoberta pode dar origem a um biofertilizante, em formato de inoculante, para importantes culturas agrícolas. Os bioinoculantes de Trichoderma são formulados à base de estruturas do fungo, geralmente por esporos. Sua aplicação é por meio do tratamento de sementes ou diretamente aplicado ao solo. São utilizados em diversas culturas de importancia econômica, beneficiando a germinação e o crescimento inicial das plantas.
O uso crescente de fertilizantes minerais tem contribuído para reduzir a saúde do solo, causando contaminação. Assim, os biofertilizantes à base de microrganismos benéficos podem anular esses problemas, e também reduzir os custos de produção.
O produto à base do fungo Trichoderma pode ser aplicado em diferentes culturas agrícolas, desde hortaliças a grandes culturas como soja, milho e feijão. Além do mais, tem o potencial extraordinário de colonizar o sistema radicular e a rizosfera, requisito básico para que o microrganismo se estabeleça e promova o crescimento das plantas, aumentando o suprimento de fósforo.
“Para futuro produtos, a escolha da tecnologia de aplicação do fungo dependerá do desenvolvimento de formulações. Nesse caso, ainda não dispomos de uma formulação padronizada”, explica o pesquisador da Embrapa Itamar Melo.
“Temos, sim, um método eficiente de produção de esporos. Linhagens desse fungo, aqui estudadas, esporulam muito rapidamente, entre três e seis dias em meios de cultivo naturais, uma vantagem adicional aos produtos ora disponíveis no mercado. Algumas ações inovadoras quanto ao desenvolvimento de um eficiente biofertilizante seriam potencializar a associação de linhagens da mesma espécie fúngica com funções específicas para promoção do crescimento de plantas, melhoramento da estruturação e saúde do solo e controle de patógenos habitantes do solo.”
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Fonte: cargonews.com.br