Leidivino Natal da Silva (*)
A Internet das Coisas (IoT), que vivenciou sua primeira “onda” como uma tecnologia capaz de capturar dados, está evoluindo para plataformas mais robustas que permitem monitorar, rastrear, identificar possíveis ameaças e atuar de maneira preventiva para evitar ataques cibernéticos. No momento em que presenciamos a utilização de Deep Web e Dark Web como canais para disseminar a violência e aproveitar as brechas de vulnerabilidade das pessoas físicas e das corporações, as soluções de segurança devem se tornar uma prioridade, especialmente com as expectativas de crescimento dos projetos de IoT.
Segundo o Gartner, serão 25 bilhões de objetivos conectados à Internet até 2020, o que representa um crescimento exponencial sobre os 4,8 bilhões registrados há quatro anos. A própria consultoria indica que mais de um terço das empresas brasileiras usa ou planeja utilizar novos recursos de gerenciamento de dados, considerando os projetos IoT em andamento ou que serão implementados.
O Fórum Econômico Mundial listou este ano seis áreas em que a Internet das Coisas está em amplo desenvolvimento com uma série de avanços: cidades mais inteligentes, com atividades públicas controladas por sensores; limpeza do ar; agricultura, processos automatizados de irrigação, polinização e fertilização do solo para evitar desperdício, dispositivos vestíveis para conectar pacientes e médicos, além da prevenção de doenças.
A tendência é que projetos nessa linha sejam cada vez mais frequentes e façam a diferença na vida das pessoas e no ambiente corporativo. A segurança pública pode incorporar uma série de avanços com a utilização de sensores para captar imagem e voz, que ajudem a prevenir ou elucidar incidentes e crimes. A partir da automação, as autoridades policiais e do Governo podem incrementar as investigações, transformando os dados em inteligência.
Com a sensorização e autorização dos condomínios, moradores, prefeituras e demais autoridades, por exemplo, os dados podem ser disponibilizados para um Centro de Comando e Controle, ampliando a capacidade de investigação com a análise mais profunda das informações. Dependendo do caso, é possível compreender todo comportamento de uma determinada cidade para atuar preventivamente e conter a criminalidade em regiões mais críticas. Tudo com muita transparência e responsabilidade, a partir de soluções precisas, capazes de transformar os dados em informações e, posteriormente, em inteligência e sabedoria.
O mercado precisa se abrir para soluções holísticas, que possam monitorar os dados em tempo real e contribuir na tomada de decisões. Se a sua empresa ainda não pensou nesta possibilidade, o momento de se transformar é agora e os números reforçam esse posicionamento. Segundo a Symantec, o Brasil passou do sétimo para o quarto lugar no ranking geral de ataques virtuais em 2018. No caso de incidentes envolvendo objetos conectados à Internet das Coisas, o País é o terceiro maior alvo, atrás da China e dos Estados Unidos. De acordo com a Kaspersky, o Brasil é líder na América Latina em 2018, com 72% do total de objetos infectados em códigos maliciosos.
(*) Leidivino Natal da Silva é CEO da Stefanini Rafael
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