*Alexandre Farhan
A mais recente geração que chega ao mercado profissional tem optado por atuar com mais vigor no setor de serviços, com preferência para as áreas de tecnologia da informação, comércio, mercado financeiro, gastronomia e mais algumas alternativas mais atraentes aos seus olhos. Na outra ponta, há os profissionais experientes de outras profissões, que por força da situação precisam procurar novas alternativas de sustento para garantir sua sobrevivência.
No Brasil há uma queda de procura dos jovens pelos ofícios de ‘chão de fábrica’ e até pelo ensino técnico, em algumas áreas. Além disso, há um processo de desindustrialização em São Paulo, onde muitas empresas além de fecharem as portas migram para o interior ou outros estados. Uma infinidade de negócios tem amargado falência por causa de grandes prejuízos e por fatores opressivos como impostos altos, falta de incentivos, pressão dos sindicatos, entre mais razões. Por outro lado, o desinteresse dos jovens tem sido geral, em múltiplos segmentos, o que nos leva a sentir uma certa preocupação de qual será a situação daqui a algumas décadas.
Ao nosso olhar, boa parte dessa nova geração tem sido influenciada por programas de TV ou por colegas nas redes sociais para buscar soluções fora do País. Eles ficam pesquisando necessidades profissionais em outras nações como, por exemplo, TI ou gastronomia, em mercados mais aquecidos como Canadá, Austrália, Irlanda ou Nova Zelândia, crendo que o cenário será absolutamente favorável, fato que nem sempre se verifica a seguir.
O público mais numeroso de nossa escola profissionalizante em plásticos nunca foi especificamente de adolescentes sem experiência, ao contrário dos cursos técnicos matutinos e vespertinos de 2º grau do Senai. Mas eles estão dentro de nossas salas de aula em bom número. Em compensação há uma procura maior de pessoas de outros setores, desempregados e até empreendedores em busca de oportunidade no segmento de polímeros, que tem resistido bem as tormentas econômicas de sucessivos governos. O plástico, gostando ou não, é onipresente, e não há um só dia, que uma pessoa acorde e que não veja ou toque um utensílio ou produto tendo o plástico como matéria-prima.
Na verdade, a imensa maioria dos trabalhadores não sabe que há boas oportunidades e que existem outras profissões nessa área. A população simplesmente vê plástico como um único produto e não imagina que há uma infinidade de tipos, propriedades diferenciadas e inúmeros processos de transformação. A tecnologia que envolve essa área é impressionante e osinvestimentos em maquinário e processos são tão expressivos que não se pode deixar na mão de um operador qualquer e despreparado.
Para a maioria dos interessados em se qualificar profissionalmente, independentemente de ser jovem ou não, há várias oportunidades de atuação na indústria do plástico, que vão desde a operação, passando pela programação, preparação de máquinas, laboratório, planejamento e controle de produção (PCP), qualidade e até a área comercial. Nós estudamos o perfil de cada um e mostramos os caminhos que há para alcançar aquilo que se deseja.
Na maioria dos casos e dependendo do perfil, é preciso começar como operador de máquinas, podendo subir degrau por degrau até chegar à função de encarregado, gerente ou mesmo dono de empresa. Esse foi caso de muitos alunos que já se formaram conosco. Foram operadores de máquinas que se tornaram engenheiros, gerentes e até empreendedores. Para isso, basta ter foco, dar continuidade aos estudos nesta área e ter dedicação e força de vontade. Contudo, para a maioria dos jovens não é tão fácil enxergar isso e aceitar facilmente. Inúmeros deles querem tudo muito fácil, sem grande esforço e ganhar bem, mesmo no início da carreira.
*Alexandre Farhan, diretor-técnico da Escola LF de cursos profissionalizantes em plásticos. https://escolalf.com.br/
Assessoria de Imprensa
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