Que a pandemia impactou severamente vários aspectos da economia não resta mais dúvida. O e-commerce e os segmentos que o compõem também sofreram grandes transformações, mas em sua maioria da maneira positiva.
Com o fechamento das lojas e o aumento dos vendedores online, um dos segmentos que ganhou destaque pela necessidade de inovação foi a logística. Foi sobre isso que o Éder Medeiros, CEO da Melhor Envio, falou durante o The Future of E-commerce edição Logística, que aconteceu na tarde de ontem (28) de maneira digital.
O executivo explicou que mesmo antes da pandemia o e-commerce ainda sofria alguns desafios muito característicos do Brasil. O que se chocou com a enorme necessidade que surgiu com o fechamento do comércio físico em março de 2020. “Dessa forma, o que não foi feito em alguns anos, foi feito em alguns meses por causa da Covid-19”, ele explica.
O crescimento estrondoso do varejo eletrônico resultou em uma demanda maior de soluções de entregas também. E que muitas empresas aprenderam a prestar atenção nas necessidades e demandas do consumidor a partir disso. Mas mesmo assim, muito ainda precisa ser feito.
Medeiros explica que os próximos passos devem levar em consideração manter este novo consumidor comprando com as marcas que cresceram online. Sendo assim, oferecer uma experiência integrada pode ajudar a garantir que ele compre em uma loja novamente, seja pela loja física, pelas redes sociais ou pelo e-commerce.
Tendências logística pós-Covid-19
“A coisa que mais impacta o consumidor ainda é o preço”, diz o executivo. É por causa de um preço elevado que o consumidor abandona o carrinho ou procura outra loja com melhores opções de frete. Mas percebe-se que este fator perde um pouco a importância quando comparado com a velocidade de entrega e percebe as vantagens de pagar um valor mais elevado.
De acordo com o CEO, as pessoas cada vez mais vão preferir entregas no mesmo dia, compras em varejistas com maior potencial de entrega rápida (como os marketplaces), além de buscarem outras opções de frete além das tradicionais.
“É cada vez mais importante que o lojista não dependa de uma opção só”, ele conclui. Isso porque o preço precisa se traduzir em vantagem. Além disso, o consumidor precisa ter a opção de querer pagar a modalidade mais cara ou mais barata de frete de acordo com as suas necessidades de compra.
CDs e fulfillments regionais
Para o executivo, uma das alternativas que têm se destacado é o uso de CDs e contratação de empresas focadas em fulfilment por região.
Entre as vantagens, está o menor custo com armazenamento e manuseio das encomendas, facilidade para a escalabilidade das vendas, menor distância entre o estoque e as vendas e maior competitividade.
Medeiros enxerga o uso de estratégias de fulfillment como uma tendência para o varejo nos próximos anos e como uma vantagem competitiva que garante escalabilidade.
A maior vantagem vista pelo executivo é que o lojista aproveita a estrutura de uma empresa que já é especializada em armazenamento e entrega.
Um ponto negativo apresentado por ele é a dependência de terceiros, “que nunca é bom”, além de monopolizar as opções de entrega com apenas uma empresa.
Retire na loja
Uma alternativa cada vez mais atraente para os lojistas é a retirada da mercadoria em algum lugar ao invés da entrega em domicílio. Pode ser a retirada na loja, em um ponto de coleta ou nos armários inteligentes.
As vantagens:
- Potencial de menores custos;
- Potencial de menores prazos;
- Área de difícil acesso ou risco;
- Praticidade para o comprador tirar quando, onde e quando for melhor pra ele.
Retirada na loja (pick up from store) também tem se tornado muito atraente, pois é observado um aumento do ticket médio, já que o consumidor compra mais coisas ao chegar lá.
O post Pandemia muda cenário das entregas no Brasil, diz CEO da Melhor Envio apareceu primeiro em Newtrade.
Fonte: newtrade.com.br