Ministra de Industria e Comércio visitou Campinas e apresentou benefícios de se produzir no País, como redução de gastos em até 35% a 45%
Aliança, parceria, ajuda mútua. Foi este o tom da palestra de Liz Cramer, ministra de Indústria e Comercio do Paraguai, durante o Meeting Brasil Paraguai – Oportunidade de Negócios, realizado na manhã desta quinta-feira, no Radisson Red Hotel, em Campinas.
Promovido pelo governo do país vizinho em parceria com a Câmara de Comércio Exterior de Campinas (CCCER), o encontro reuniu cerca de 100 empresários e investidores da Região Metropolitana de Campinas (RMC) interessados em saber, afinal, “o que é que tem o Paraguai”.
Dono do maior crescimento econômico entre os países da América Latina nos dois últimos anos, e com uma das menores taxas de impostos indiretos, o Paraguai vem consolidando sua parceria com o Brasil, especialmente na última década. “A economia paraguaia vem se diversificando nos últimos 15 anos. Antes, muito concentrada nos agronegócios, hoje temos 47% de nossa renda focado em serviços e 20% na industria. Além disso temos a inflação controlada, um baixo nível de dívida pública e uma lei de responsabilidade fiscal que limita o uso do déficit fiscal em 1,5%”, destacou Liz.
As estratégias do Paraguai para vencer a concorrência com o mercado asiático, em produção e mão de obra, incluem o fato do País ter a menor taxa de energia entre os representantes do Mercosul; um crescimento anual do PIB de 5,1% estável desde 2008 e uma legislação repleta de incentivos fiscais para a Indústria – capaz de reduzir em até 70% o custo de produção quando comparado ao cenário do Brasil – sendo a Lei de Maquila o principal cartão de visitas.
Lei de Maquila
Através da lei de Maquila, quase 180 empresas estrangeiras desenvolvem parcerias com o Paraguai, sendo 80% delas brasileiras. “É sempre muito importante essa oportunidade de explicar o que o Paraguai vem fazendo, especialmente para que os brasileiros entendam que nossa intenção é uma parceria, queremos ganhos para os dois países. Costumo dizer que a ida de uma empresa brasileira para o Paraguai não representa uma situação negativa para o Brasil. A informação do Consulado é que entre 95 e 98% dos casos, não houve fechamento aqui. Ao contrário, com a possibilidade de redução de custos na produção, muitas fábricas encontraram na parceria mecanismos para se manter aqui no Brasil”, diz o Cônsul geral do Paraguai no Brasil, Enrique Insfrán Miranda, um dos representantes do governo paraguaio no evento.
Opinião semelhante a de Arturo Schaerer, CEO da Global Sourcing, empresa patrocinadora do evento e responsável por auxiliar empresários brasileiros interessados em investir no Paraguai. “A ideia da Global Sourcing dar apoio na a relação entre os dois países. Cremos que o Paraguai ser importante para o Brasil na proposta de substituir importações que hoje são realizadas na China. Mesmo sendo um país pequeno, temos condições de competir com os asiáticos em preços e também em mão de obra, quase 70% de nossa população tem menos de 35 anos.”
Para Sebastian Bogado, da REDIEX (Rede de Investimento e Exportação do Paraguai), o evento é parte dos esforços do governo do Paraguai para conectar ainda mais os dois países. “A REDIEX é um serviço publico, que funciona no Consulado, com o desafio de atender e auxiliar os investidores, sanando suas dúvidas e ampliando seus negócios”.
CCCER
Presidente da Câmara do Comércio Exterior de Campinas, Márcio Barbado, garante que o Meeting superou as expectativas. “Reunimos mais de 100 agentes econômicos da RMC. A bilateralidade de interesses ficou bem clara entre Brasil e Paraguai quando mostramos a pujante Campinas e região. Desdobramentos deverão acontecer no segundo semestre com uma missão empresarial com objetivos de conferir in-loco os benefícios oferecidos. Acredito que a legislação paraguaia serve de inspiração a qualquer País para fomento ao desenvolvimento econômico de forma séria e perene.
Cláudio Cury, um dos convidados no Meeting, acredita ser relevante a oportunidade de analisar os benefícios fiscais do Paraguai. “Tenho amigos que já investiram no País e estão satisfeitos. Penso que todo mecanismo que permita reduzir a burocracia que nós infelizmente enfrentamos no Brasil deve ser, ao menos, conhecido”.
Evento foi transmitido ao vivo pelo Facebook do Studio Café (https://www.facebook.com/studiocafebusiness/videos/284654139089721/)
Créditos da imagem: Giselli Dean
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