Por Renato Junoy *
Por muito tempo, uma
compra realizada no e-commerce seguia um modelo clássico no frete: o consumidor
disponibilizava o CEP e a página mostrava o tempo estimado e o preço para
aquela compra. Quando muito, era possível escolher o formato de entrega mais rápido
(com preço elevado) ou demorado (mais em conta). Contudo, o usuário mais atento
já percebeu um novo movimento: marcas que possuem lojas físicas, como as
grandes redes varejistas do país, estão colocando seus pontos de venda como
verdadeiros centros de distribuição para agilizarem o envio de pedidos e
baratearem os custos tanto para eles quanto para os consumidores. Uma
alternativa que se tornou ainda mais vantajosa após a pandemia de covid-19 e a
suspensão das atividades presenciais em grande parte dos segmentos.
Este conceito tem
nome: ship from store (entrega na
loja, em tradução livre) e compreende a utilização da loja física como uma
espécie de centro de distribuição, entregando produtos que estão em seu estoque
para compras realizadas digitalmente naquela região. É um modelo que já estava
em alta antes mesmo do avanço do novo coronavírus – e a doença apenas reforçou
sua necessidade. Afinal, ele atende a um desejo cada vez maior dos consumidores
em receber suas compras on-line de forma rápida e com o menor custo possível.
Essa proposta
tornou-se necessidade estratégica a partir de 2020 por dois motivos principais.
O primeiro deles é um problema crônico das vendas on-line: o custo de frete.
Diversas estimativas de mercado mostram que sete em cada dez carrinhos são
abandonados pelos consumidores, com o valor a ser pago pela entrega como um dos
principais motivos para desistência do pedido. O segundo motivo se relaciona a esse
novo momento vivido por consumidores e empresas. As medidas de isolamento
social, com o fechamento das lojas físicas, fez as vendas digitais crescerem
exponencialmente – e os consumidores se acostumaram com essa conveniência de
receber produtos em casa.
Evidentemente, as
lojas físicas que desejam aproveitar a possibilidade de agilizar entregas de
compras digitais precisam se preparar. O principal ponto envolve a tecnologia.
Ou melhor, uma solução capaz de automatizar esse processo para garantir que o
consumidor tenha essa opção no momento da compra, identificando em tempo real
quais lojas mais próximas têm o item em questão em seus estoques. É uma etapa
fundamental porque qualquer erro pode desencadear uma sequência que compromete
a experiência de compra como um todo. O desafio, portanto, é transformar a loja
física em um hub logístico com
processos, tecnologia e treinamento especializado para separar, identificar e
transportar os produtos.
Felizmente, hoje o
lojista já tem à disposição startups
logísticas que realizam esse serviço de forma prática, simples e eficiente. São
plataformas que atuam além da simples entrega, mas se posicionam como omnienablers, isto é, como facilitadoras
de processos que potencializam a transformação digital do varejo como um todo.
São soluções que conseguem atender à proposta da entrega last mile (última milha), essencial para o ship from store funcionar, mas que conseguem criar procedimentos
internos para fazer da loja física um verdadeiro centro de distribuição para
compras on-line efetuadas em seu raio de atuação.
Se falar em “novo normal” chega a ser clichê diante dos desafios impostos pela pandemia de covid-19, aceitar que esse período difícil que estamos vivendo acarreta profundas transformações nos hábitos e comportamento dos consumidores significa ter consciência do que vem pela frente. Parte dessa mudança passa justamente pela maior eficiência logística, entregando compras com rapidez e sem grandes custos, possibilitando que as pessoas possam usufruir no conforto de seus lares de todas as vantagens que a tecnologia tem a proporcionar em nossas vidas.
*Renato Junoy é Diretor Executivo da Eu Entrego, startup de entregas colaborativas – e-mail: euentrego@nbpress.com
Assessoria de Imprensa
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Fonte: cargonews.com.br