Por Sergio de Andrade Coutinho Filho*
Por um lado, a soja é uma cultura de extrema relevância para a economia, para a segurança alimentar mundial e, sim, para o meio ambiente. Por outro, essa cultura apresenta custos econômicos, sociais e ambientais. Entretanto, com avanços tecnológicos os benefícios se ampliarão enquanto os custos serão controlados.
A magnitude do impacto econômico é inquestionável. O Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo, representando o maior faturamento da agricultura brasileira de R$ 175 bilhões em 2020 e empregando mais de 30 milhões de brasileiros segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Ela representa insumo básico para a indústria alimentícia, sendo matéria prima para a produção de óleos e rações, além de ser o maior item de exportação do Brasil, acima de itens como Petróleo e Minério de Ferro.
É possível argumentar que, contra intuitivamente, a soja contribui não só para a segurança alimentar, mas para o meio ambiente. Por ter alta densidade calórica (produzir muitas calorias por hectare), ela permite plantar menos e alimentar mais. Possibilita também, inclusive, maior eficiência na produção de proteínas animais, ao reduzir a necessidade de pastagens e de outros cultivares menos produtivos. Desta maneira, indiretamente, contribui para conter a pressão global por desmatamento e promove o combate à fome.
Todavia, mais de 95% da soja plantada no Brasil é transgênica, e mais de 80% das transgenias são relativas total ou parcialmente à resistência a herbicidas, em especial o glifosato, de acordo com a CropLife Brasil (CLB), associação que reúne especialistas, instituições e empresas. Apesar de não existir evidências de que a transgenia em si apresente riscos significativos, o uso deste herbicida, considerado sine-qua-non (extremamente importante) para o manejo da cultura, está ligado a danos significativos à saúde e ao meio ambiente. Estes danos foram tema de processos bilionários contra indústrias químicas nos Estados Unidos e da proibição do seu uso em vários países europeus e asiáticos.
Avanços tecnológicos como a capina elétrica, permitem o controle de plantas invasoras que competem com o cultivar por nutrientes, sol e água, sem o uso de qualquer herbicida químico, além de atuar com eficácia em plantas resistentes à herbicidas e permitir certificação orgânica. Essa tecnologia cresceu até 100% ao ano na última década, já é distribuída por grandes players do mercado de máquinas agrícolas e o teve seu custo por hectare reduzido ano a ano, se tornando cada vez mais economicamente competitiva com os métodos convencionais.
Em breve, veremos essa (e outras) tecnologia promovendo uma soja ainda mais economicamente viável, de maneira socialmente responsável e ambientalmente sustentável. Ainda mais benefícios e menores custos, ao agricultor, à economia, ao meio ambiente e aos consumidores.
*CEO da Zasso Group
Assessoria de Imprensa
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Fonte: cargonews.com.br