Startups finalistas do Fuse firmam termo de cooperação com a concessionária e, ao longo de 2021, terão suporte para o aprimoramento dos protótipos
Lançado no primeiro semestre de 2020, o Fuse – Edital Rumo de Aceleração chega ao fim com quatro projetos focados em segurança ferroviária, que incluem drones que alertam maquinistas, estímulos visuais a motoristas, uso de inteligência artificial na prevenção de atropelamentos e treinamento para estimular comportamentos de segurança na sociedade. Com o término da fase de aceleração, as equipes passam a contar com o apoio e estrutura da maior operadora de ferrovias do Brasil para amadurecer e aprimorar os conceitos desenvolvidos durante o programa. Em outubro, os projetos passarão por uma nova avaliação da concessionária, que pode resultar na contratação de uma ou mais das quatro startups.
“Nossas expectativas em relação ao Fuse foram plenamente alcançadas”, diz Roberto Rubio Potzmann, diretor de tecnologia da Rumo. “As equipes conseguiram desenvolver propostas significativas e coerentes para o combate a uma das maiores questões em ferrovias no mundo todo: a segurança nos cruzamentos entre a linha férrea e as vias urbanas. O desafio agora está em aprimorar os conceitos para que possam ser aplicados e avaliar os seus resultados”.
Entre as empresas finalistas, a Harpia, de Divinópolis/MG, propõe a utilização de drones na ferrovia para alertar maquinistas sobre o movimento nas passagens em nível (PNs). O projeto da UTrem (Almirante Tamandaré / PR) busca reduzir o índice de abalroamentos por meio do uso inteligente de estímulos visuais aos motoristas que passam pelas PNs. A Lastro (Florianópolis / SC) pretende pôr em prática estratégias para a disseminação de uma cultura de segurança próxima às vias férreas. Já a Tribuzana (Florianópolis / SC) pretende unir inteligência artificial e dados para prevenção de atropelamentos, por meio da análise de imagens de quase acidentes processadas por câmeras digitais nas locomotivas.
De maio, quando foi lançado, até o início de julho, o Fuse teve mais de 180 inscrições, incluindo projetos vindos de Israel, Canadá, Portugal e Suíça. Daí saíram as 20 propostas selecionadas para avançar à etapa de imersão e desenvolvimento. Metade delas chegou à fase de idealização, que durou cinco semanas e contou com o apoio de mentores de diversas áreas da Rumo. Por fim, quatro projetos chegaram à fase final do edital e receberam R﹩ 200 mil como subsídio para o desenvolvimento de protótipo e testes das soluções em campo.
Estímulo ao empreendedorismo
Além de contribuir com o desenvolvimento de soluções inovadoras com foco em segurança ferroviária, o Fuse cumpriu um papel importante no estímulo ao empreendedorismo. “Podemos dizer que 65% das ideias iniciais que recebemos vieram de equipes formadas por pessoas físicas que reuniram colegas e amigos para propor soluções ao setor”, diz o diretor de tecnologia da Rumo. “Chegamos à fase final com 75% das equipes se tornando empresas de verdade, prontas para desenvolver negócios transformadores e escaláveis”.
A Harpia é um exemplo de empresa nascida a partir do edital. De acordo com o CEO, João Vitor, o Fuse foi um marco para toda a equipe. “Eu já trabalhava em uma grande empresa do setor ferroviário, mas sempre tive aquela sementinha do empreendedorismo ali. O edital acabou sendo o meio de cultivo para fazer com que ela germinasse”.
“Durante o processo do projeto, nossa startup se transformou”, afirma Taila Brandes, CEO da UTrem. “No início éramos uma equipe, hoje, somos uma empresa de engenharia, não apenas por termos CNPJ, mas porque aprendemos a empreender”.
Outro diferencial importante do edital promovido pela Rumo diz respeito à diversidade de soluções observadas entre as propostas das quatro empresas finalistas. “Eu e outros quatro psicólogos criamos estratégias para passar adiante informações que instauram um processo de transformação de crenças e comportamento de risco em uma cultura de segurança nas ferrovias brasileiras”, diz Vanessa Dechen, diretora de desenvolvimento de produto da Lastro.
“A principal contribuição que a gente espera deixar para sociedade é o desenvolvimento de uma cultura de segurança maior entre toda a população”, afirma Rafael Lima, cofundador da Tribuzana. “Que isso deixe de ser uma coisa externa às pessoas e passe a ser algo entranhado aqui no Brasil”.
Assessoria de Imprensa
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Fonte: cargonews.com.br