Por Renato Junoy *
Apesar da pandemia aparentemente ter atingido seu pico de infectados, os efeitos e seus impactos ainda são fortemente sentidos por todos. Independentemente de todas as adversidades, as pessoas precisam trabalhar, consumir e se divertir da melhor forma possível. Nesse cenário, os canais digitais se consolidam como importante recurso para empresas venderem seus produtos, ocasionando uma reação em cadeia em todo o ecossistema e provocando alterações significativas em diferentes setores, como a logística. Paradoxalmente, mesmo em um cenário de distanciamento social, é preciso, mais do que nunca, trabalhar em conjunto para proporcionar a melhor experiência ao consumidor.
As soluções para entrega de produtos e encomendas estão em alta justamente por levar aos consumidores as compras que antes eram feitas presencialmente. Um levantamento em nossa base, por exemplo, mostra que houve crescimento de 515% no total de entregas desde o início da pandemia, em 18 de março. Outras empresas que trabalham com logística também identificam oportunidades nas atuais circunstâncias, desenvolvendo modelos de negócios diferenciados que aumentam a eficiência ao mesmo tempo que reduzem custos operacionais.
Curiosamente, para resolver a demanda provocada pelo distanciamento social, o setor logístico percebeu que é necessário trabalhar em conjunto, desenvolvendo parcerias e projetos colaborativos para dar conta de todas as entregas com a rapidez e a qualidade esperada pelas pessoas. Hoje, os usuários compram diferentes itens pela internet, demandando diversas formas de entregas. A pessoa até aceita esperar alguns dias para receber seu livro ou eletrodoméstico comprado na web, mas ela quer que suas compras de supermercado e farmácia sejam entregues o quanto antes.
Em suma: a pandemia exige que novos modelos estejam à disposição das empresas, uma vez que nem sempre o sistema utilizado anteriormente vai dar os resultados esperados. Isso só é possível quando as grandes corporações do setor identificam o potencial que startups podem trazer para a área. Não se trata de competição por mercado, mas sim de preencher os espaços que ainda estão abertos. Essas companhias querem trazer ganho operacional para a área por meio da tecnologia e da inovação, melhorando gradativamente as entregas, mesmo em um momento de intensa demanda.
O crowdshipping exemplifica esse cenário. Essa é uma opção mais rápida, barata, confiável e inteligente por utilizar cidadãos comuns (em seus próprios meios de transporte) para realizar as entregas. Além de atender diretamente ao setor varejista, principalmente com o conceito de same-day delivery (entrega no mesmo dia) para compras de produtos perecíveis, a proposta também atende a uma das grandes dores dos operadores logísticos: o last mile, que corresponde ao último trecho do processo de entrega. É uma situação ideal para quem precisa levar um produto a uma cidade pequena, por exemplo.
Enquanto as relações sociais tendem a ficar mais distantes, ainda como reflexo do isolamento social, o mundo pós-pandemia também vai ser marcado pela necessidade de parcerias e trabalhos em conjunto, principalmente na área logística. Parece uma situação contraditória, mas extremamente necessária nas atuais circunstâncias. Apenas com a união de todos é possível manter a nossa rotina e, assim, seguir a vida da melhor forma possível.
*Renato Junoy é Diretor Executivo da Eu Entrego, startup de entregas colaborativas – e-mail: euentrego@nbpress.com
Assessoria de Imprensa
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Fonte: cargonews.com.br